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Centrais sindicais apóiam proposta de reajuste do mínimo de Tião Viana

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2011, senador Tião Viana (PT-AC), recebeu na tarde de ontem apoio de sindicalistas para sua proposta de reajustar o salário mínimo, em janeiro próximo, com base na inflação passada mais o crescimento médio da economia em 2009 e 2008 – o que pode elevar o salário mínimo a R$ 550, contra os atuais R$ 510.

O governo quer manter a regra pela qual o reajuste levaria em conta a inflação do ano anterior acrescida da variação do produto interno bruto (PIB) de dois anos antes. Mantida a intenção do governo, não haveria aumento real do salário mínimo em 2011, pois a economia teve queda de 0,2% em 2009. Por essa regra, o mínimo ficaria em cerca de R$ 535 a partir de janeiro.

O governo não concorda em mudar a regra. Então, vamos na semana que vem para o voto, na Comissão Mista de Orçamento. A minha proposta corre risco de ser derrotada, alertou Tião Viana aos sindicalistas, em seu gabinete.

Estiveram no encontro representantes de praticamente todas as centrais sindicais, além de sindicatos e associações de aposentados.

Temos de aproveitar o crescimento da economia para melhorar o salário mínimo. Não é hora de parar. O próprio Banco Central diz que o Brasil vai crescer neste ano mais de 7% e, então, há margem para aumentar o salário em mais de 10%, afirmou ao senador o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, com o apoio dos representantes das outras entidades.

Os sindicalistas decidiram procurar os deputados e senadores da Comissão de Orçamento para defender a aprovação da proposta de Tião Viana. “Depois, a gente luta mais à frente para aumentar ainda mais o percentual e repassar o valor aos aposentados do INSS que ganham mais que o salário mínimo”, disse Edmundo Benedetti Filho, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da União Geral dos Trabalhadores (Sindiapi – UGT).

Para o presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, “a hora de lutar é agora”, quando o Congresso discute e vota as leis do Orçamento, “porque depois das eleições ficará mais difícil”.

A regra que o projeto de LDO relatado por Tião Viana vigorou por quatro anos. Para chegar ao percentual de reajuste proposto pelo senador, é preciso somar as variações do PIB de 2008 (5,1%) e de 2009 (-0,2%), obtendo-se o percentual de 4,9%. Dividindo 4,9% por dois, chega-se à média de 2,45%, que deve ser somada à inflação de 2010, estimada em cerca de 5%. Aplicando-se 7,45% sobre o valor atual do salário mínimo de R$ 510, obtém-se o valor de R$ 547,95. (Eli Teixeira – Agência Senado)

 

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