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Confronto entre brasileiros e bolivianos preocupa autoridades

Informações de criação de milícias de brasileiros para rea-gir contra ações de bolivianos, preocupam autoridades brasileiras. Segundo os moradores da área de fronteira entre a Bolívia e o município de Capixaba, distante 117 km da Capital, um grupo de bolivianos exige pagamento dos brasileiros, uma espécie de taxa de permanência, além de cobrar R$ 50 por cabeça de gado que os brasileiros possuam.

No meio desta semana, um desses grupos teria arrombado o cadeado de uma propriedade e se apropriado de motosserras e outros instrumentos de trabalho. A ação desencadeou a revolta dos brasileiros que se armaram contra os bolivianos. O grupo de 100 brasileiros armados e decididos a caçar os bolivianos estaria preparado para entrar em ação a qualquer momento.

A informação levou a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), a buscar solução para o problema. De Rio Branco, ela conversou por telefone com a chefe da Divisão Consular do Itamaraty, Luisa Lopes.

“Não interessa nem ao Brasil nem à Bolívia um incidente diplomático. Tenho certeza de que todas as providências legais e cabíveis foram e estão sendo tomadas. Um confronto armado só dificulta a negociação. Vamos notificar as autoridades bolivianas para que ajam com mais rigor contra os bolivianos que estão exercendo essa pressão sobre os brasileiros, mesmo porque se alguma morte ocorrer no local dificilmente os bolivianos aceitarão a permanência dos brasileiros em solo boliviano e muitos não querem voltar para o Brasil”, afirmou a deputada comunista.

Na agenda de  Perpétua Almeida está a reunião com a comitiva do Itamaraty e Ministério do Desenvolvimento Agrário e Incra que será realizada no próximo dia 27 deste mês, com o objetivo de solucionar o problema.

Os dados do Incra mostram que 43 famílias já foram assentadas em território acreano e outras 8 aguardam apenas a conclusão das casas que  estão sendo construídas no Projeto de Assentamento Triunfo. A mudança está prevista para o próximo dia 23.

Para as 273 famílias que ainda residem na Vila Evo Morales, as inscrições para o assentamento em solo acreano começará ainda no mês de julho, embora a estimativa aponte para a insuficiência de terra disponível, apesar das desistências que sempre ocorrem. Existem 86 lotes preparados para receber estas famílias. Em Cobija por exemplo, das 19 famílias cadastradas, 15 compareceram para fazer a inscrição e apenas 8 aceitaram a transferência para o Brasil.
De acordo com o superintendente do Incra das 550 famílias identificadas pelo levantamento acompanhado pelo Consulado Sazonal, 300 estão dentro dos critérios de beneficiários da reforma agrária.

“Os módulos do Incra va-riam de 10 a 12 hectares. Alguns brasileiros exigem no mínimo 100 hectares o que está totalmente fora das nossas possibilidades e das regras da reforma agrária. É isso que está entravando a solução. Porque são pessoas que nem aceitam ser assentadas nos módulos do Incra, nem aceitam a oferta do governo boliviano de assentá-los em áreas fora da fronteira”, salientou o superintendente do Incra Taumaturgo Neto. (Assessoria)

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