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Tião Viana: “a oposição não entende que o Acre é outro”

O candidato da FPA, Tião Viana, está tendo um final de semana de intensa atividade de campanha. Na sexta à noite, se reuniu com mais de 600 lideranças religiosas e de bairros de Rio Branco. Ontem, esteve com militantes dos partidos aliados da FPA nos principais municípios do Juruá para discutir seu plano de governo. Hoje, estará em Tarauacá e Feijó também para ouvir os seus simpatizantes sobre os rumos do Acre, numa eventual vitória da sua candidatura.

Depois de uma semana em Brasília envolvido com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da qual é o relator, o senador Tião Viana (PT-AC) fala sobre o início da sua jornada eleitoral. “É com muita alegria que entro num processo eleitoral capaz de gerar um debate democrático importante para o Estado. É a decisão de um julgamento soberano e elevado que se revela na hora do exercício do voto, que é o maior símbolo da democracia”, afirmou.

Quanto ao seu plano de governo que está sendo debatido com vários setores da sociedade, Tião explica: “é um trabalho coletivo, feito com muita humildade. Queremos um plano de governo que reflita os anseios da sociedade do Acre. Nós vivemos uma profunda transformação vinculada aos melhores valores e referenciais do desenvolvimento. Por isso, vamos apresentar uma proposta relacionada à economia de baixo carbono, alta inclusão social, a redução das desigualdades para avançar muito na qualidade de vida e seguir  com as políticas sociais.

Hoje nós temos orgulho de mostrar ao Brasil a profunda transformação que a Educação do Estado está vivendo. Nós temos que caminhar para o desafio de mudanças intensas de como continuar com transformações mais intensas ainda pensando na emancipação comunitária como o grande passo. Sobretudo, a emancipação econômica com o fortalecimento do desenvolvimento social”, avaliou.

Angelim reúne lideranças municipais para saudar majoritários da FPA
O prefeito Raimundo Angelim (PT) também tem se empenhado na campanha da FPA. Ele avalia a primeira semana das atividades eleitorais dos seus correligionários. “Está uma campanha tranqüila e a Frente Popular está com toda sua programação definida em todo o Estado. A unidade da FPA e o planejamento da campanha é que faz a diferença. Nós não podemos ter um discurso diferente para o Juruá e desprezar o Alto Acre. Tem que ser uma campanha única para todo o Estado com um plano de governo discutido com a comunidade. Todos os nossos majoritários estão imbuídos para fazerem uma campanha limpa debatendo as idéias”, comemorou.

Quanto a sua participação pessoal no processo eleitoral, Angelim, explica: “Como prefeito da Capital, nas horas vagas, estarei 100% ajudando. Depois das 18h, sábados, domingos e feriados estarei dentro da campanha em Rio Branco que é o meu espaço e o meu terreiro”, ressaltou.

Apesar de ter sido especulado que o prefeito seria o coor-denador da campanha da FPA na Capital, Angelim, faz questão de destacar: “o nosso comandante da campanha é o Binho Marques (PT), mas estaremos ajudando na coordenação. Em Rio Branco, obviamente que estaremos trabalhando e também mobilizando. Estarei junto com o Binho nesse trabalho”, esclareceu.

ZPE e a oposição
 Tião Viana falou ainda sobre as críticas que setores da oposição fizeram sobre o projeto da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). “A oposição está pequena e não está pensando o Acre. Só fica querendo contestar aquilo que é bom para o Estado. Quando se fala em ZPE não é algo nosso, algo político. Estamos falando numa transformação profunda que será um novo marco da economia industrial do Estado. Será a oportunidade das novas gerações serem incluídas dentro de uma economia industrial com a incorporação de tecnologias.

É o Acre que está se preparando para a nova geografia da América do Sul. A oposição não consegue enxergar que nós estamos vendo ser concluída a Rodovia Transoceânica. Faltam poucos quilômetros para a sua conclusão. Os presidentes Lula e Alan Garcia já têm data para a sua inauguração. Eles não entendem que o Acre é outro e o Brasil é outro. Não conseguem admitir que o presidente Lula (PT) gerou mais de 13 milhões de empregos com carteira assinada. Nós estamos vivendo uma mudança profunda e eles ainda estão no século passado da política”, protestou.

Perspectivas para as prefeituras
Angelim tem suas opiniões formadas de como as futuras mudanças políticas, com a eleição de uma nova bancada federal acreana e de um novo governador, devem se refletir no trabalho dos prefeitos. “Tenho uma visão municipalista. Por isso, no primeiro mandato nós conquistamos a vice-presidência da Região Norte da Frente Nacional de Prefeitos. Acredito que qualquer projeto dos governos federal e estadual não irá se consolidar se não for discutido com os prefeitos e as comunidades locais. É nos municípios que os projetos se materializam. Essas entidades nacionais e estaduais dos prefeitos têm algumas reivindicações como uma reforma tributária que seja mais municipalista para que haja maior descentralização dos recursos da União. É preciso também um fortalecimento de recursos para o Programa Saúde da Família que ainda são muito pequenos”, salientou.

Para o gestor municipal as políticas devem ser mais re-gionalizadas. “Isso porque um projeto que seja adequado para o Rio Grande do Sul não é para Roraima ou o Acre. Dentro do nosso Estado existem desigualdades. Um projeto tem que se adequar a realidade de Assis Brasil, de Santa Rosa, de Rio Branco ou de Cruzeiro do Sul. Existem as peculiaridades que são específicas de cada lugar. Uma das causas que advogamos é uma mudança nos critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O senador Tião Viana (PT-AC) apresentou um projeto de lei recente que começa a mudar os coeficientes, mas ainda pode ser ampliado com outras propostas de emendas de outros parlamentares. Acho que os municípios precisam ter maior autonomia porque dependem demais dos repasses constitucionais”, ressaltou.

As necessidades dos municípios acreanos
Como presidente da Associação de Prefeitos do Acre (Amac), Angelim, também opina como a nova composição política do Estado poderá ajudar os outros gestores municipais. “Como porta-voz da Amac nós somos supra-partidários porque a nossa instituição congrega todos os prefeitos do Acre. O que nós reivindicaremos é para que o futuro governador tenha um entendimento e um diálogo com todos os prefeitos. No dia que terminar a eleição alguém será o governador de todos os acreanos. Quando ganhei as eleições de 2004 e 2008 me tornei prefeito de quem gosta e de quem não gosta de mim. Tenho certeza que se o meu candidato Tião Viana ganhar ele fará isso porque faz parte da sua prática política”, avaliou.

Quanto aos critérios para a distribuição de recursos públicos no próximo governo, Angelim, ponderá: “é claro que tem que ser a critério do desempenho do governo local. Não é possível tratar diferentes de formas iguais. Tem que dar a cada um o que é justo. Se um governo local, indiferente de partido, apresentar bons projetos e uma vontade férrea de trabalhar é claro que deverá ser mais ajudado. Também se não houver interesse não pode ter o mesmo tratamento daqueles que se esforçam. Mas acredito que no caso da Amac nós temos uma equipe de técnicos que se empenha em elaborar bons projetos e boas propostas. Tenho fé que qualquer que seja o governo estadual ou federal nós possamos ter um tratamento igualitário dando a cada um conforme o seu desempenho”, finalizou.

 

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