Os resultados do IDEB divulgados no início do mês de julho trazem desafios concretos para o próximo governo: que rumos dar à Educação. O presente artigo analisa os resultados da Educação no Estado à luz dos progressos realizados na região e no país, apresenta sugestões e indica os desafios concretos para o vencedor do pleito de outubro.
No plano nacional, houve avanço generalizado nos resultados da 4ª série do ensino fundamental. A média é de 181 pontos nas redes municipais e 186 nas redes estaduais. Foram poucos os Estados onde não houve melho-rias. O avanço médio foi de 10 pontos nas redes estaduais e 9 pontos, nas municipais. O IDEB respectivo é de 4,9 e 4.4. Na 8ª série, as conquistas foram bem menores em Língua Portuguesa e inexpressivas em matemática. No ensino médio, praticamente, não se constatou mudança.
No plano regional, observamos impactos positivos desiguais: maiores no Sudeste (MG e SP) e Centro-Oeste (MS e GO), com a região Norte próxima da média nacional e o NE e o SUL, abaixo. O IDEB varia de 3.5 nas redes municipais do Nordeste a 5.4 nas redes estaduais do Sudeste. Só para dar uma dimensão do tamanho da desigualdade: a variação das notas da 4ª série vai de 156 a 205. O sistema educacional reproduz, ao invés de corrigir, as diferenças regionais.
Vejamos o que ocorreu no Acre. A rede estadual alcançou 185 pontos e as municipais, 169. Em ambos os casos, a melhoria foi um pouco superior à média nacional e regional, que, nesta rodada da Prova Brasil, revelou-se bastante expressiva. Mas os avanços continuam muito desiguais. Em termos absolutos, a diferença entre as duas redes é grande e aumentou ligeiramente. Mesmo dentro da rede estadual, o desempenho não é uniforme. Há municípios com melhores resultados, como Rio Branco, onde ambas as redes tiveram aumentos expressivos, e outros, como Cruzeiro do Sul, que se saíram pior.
Alguns melhoraram suas redes municipais mais do que as estaduais. É o caso de Sena Madureira. Já em Cruzeiro do Sul, o avanço da rede municipal foi muito pequeno. Os dados não permitem identificar uma causa para os avanços, nem uma tendência.
Sobram razões para se preocupar com educação. O Acre movimenta-se lentamente nessa área e aumenta sua distância em relação ao restante da região e do país. E há muito por fazer. O grande desafio do novo governo é assumir a liderança e os custos políticos de empreender as reformas profundas que se fazem necessárias para dar uma chance de futuro aos jovens de amanhã.
* João Batista Araújo de Oliveira é presidente do Instituto Alfa e Beto.