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Acre adere a movimento nacional e médicos residentes param

Na busca por melhorias em seus ganhos salariais, médicos residentes de todo o Brasil realizam greve nacional. No Acre, o movimento grevista teve o primeiro protesto ontem, concentrado em frente ao complexo de Fundação Hospitalar. A principal reivindicação é reajuste salarial de 38% da bolsa-auxílio, que hoje está em R$ 1.916.
Medicos
No Acre, a situação é agravada pelo fato de todo mês ser descontado pouco mais de R$ 200, com o salário ficando ainda mais baixo. Segundo a Amerac (Associação dos Médicos Residentes do Acre), não há informações dessa prática em outros Estados.
Hoje, o Acre tem 52 profissionais médicos em início de carreira e que atuam nas unidades públicas de saúde. A residência médica é a preparação para o médico recém-formado.

“Para a medicina, a residência é a pós-graduação que melhor qualifica o profissional. É o padrão ouro da formação”, disse Marcelo Barbisan, presidente da Amerac. A depender da especialização, ela pode durar até cinco anos.

Com a falta de médicos nos hospitais e centros de saúde do Estado, a atuação deles vem a suprir a demanda da sociedade. “Nós não substituímos médicos, mas completamos”. A categoria luta por melhorias nas condições de salário e trabalho desde 2007.

Naquele ano, negociações entre a representação nacional e o Ministério da Saúde (responsável pelo pagamento das bolsas) previam um reajuste de 23,7% no auxílio. Até agora não houve aumento, levando à deflagração do movimento nacional três anos depois. Na semana passada, houve a proposta do governo de reajuste de 20%, o que foi recusada.

Entre outras reivindicações está a inclusão de direitos trabalhistas, como o adicional insalubridade. “Trabalhamos expostos a infecções, contato com pessoas doentes, produtos perigosos, além de fazermos plantões”, afirmou Barbisan. Eles também querem a incorporação do auxílio moradia e alimentação, que hoje não é assegurado.

Projeto de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados, de autoria do petista Arlindo Chinaglia (SP), já prevê a incorporação de todos esses benefícios na bolsa paga aos médicos residentes. Os profissionais realizam pressão junto às bancadas federais dos Estados para que o projeto entre na pauta de votações do plenário. 

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