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Após rica contribuição ao Acre, morre aos 72 anos Clycia Mello de Souza

Primeira funcionária concursada do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Clycia Mello de Souza, 72 anos, mãe da colunista desta A GAZETA, Jackie Pinheiro, morreu em São Paulo após cerca de um mês em coma.
Dona-Clycia-Mello
Clycia viajou às pressas para a Capital paulista após um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Na última sexta-feira, 20, os médicos confirmaram a morte cerebral. A família optou pela doação de órgãos (córnea, fígado, pâncreas e rins). O corpo de Clycia chega ao Acre na tarde desta segunda-feira, 23, e deverá ser velado na ante sala do plenário do TRE.

Clycia Mello de Souza foi uma figura atuante no cenário jurídico acreano, assim como uma amorosa matriarca familiar, mãe de 4 filhas (Regina Áurea Cavalcanti, Jackie Pinheiro, Ana Valéria e Emilienne Tessinari) e avó de 11 netos.

Emocionada, a colunista deste matutino narrou um pouco sobre a rica trajetória da mãe e heroína de sua vida. Clycia começou a construir sua carreira bem cedo, quando foi aprovada com méritos em 2º lugar geral daquele que seria um dos primeiros vestibulares de Direito da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Filha de mãe costureira e primogênita de 6 irmãos, Jackie conta que a mãe era uma estudante esforçada e logo conseguiu 1º emprego como escrivã. Como mencionado antes, foi a primeira concursada no TRE, até se tornar diretora-geral do referido tribunal.

Após 13 anos de atuação, trocou o TRE pelo convite da desembargadora Eva Evangelista para ser assessora jurídica em seu gabinete no TJ/AC. Foi o início de grandes parcerias, como a instalação da Associação Brasileira de Mulheres da Carreira Jurídica no Acre. No primeiro momento, ela foi a vice-presidente, mas logo tomou à frente da associação devido aos intensos compromissos da desembargadora.

Entre alguns trabalhos que Clycia também participou, destaca-se o Projeto Sem Lenço, Sem Documento, que mais tarde se tornou o Projeto Cidadão no Acre (que ela coordenou por anos). Posteriormente, a advogada foi prestigiada com o convite do então conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Leão Braga.

Foi mais uma árdua jornada na organização de processos do TCE, até o começo 1999, quando ela enfim se aposentou e decidiu apostar no caminho empresarial, criando a loja Útil e Fútil.

A jurista ainda se formou em Teologia Popular pela Igreja Católica e foi Ministra Extraordinária da Comunhão Eucarística, palestrante do Encontro de Casais com Cristo – ECC da Catedral (pertencia ao segundo grupo do ECC da Catedral chamado “Renascer”) e colaborava em todos os eventos da Catedral.

Por conta de tantos trabalhos, Clycia Mello deixa muitas saudades no Acre, em especial, para as filhas e o marido, o cardiopata Clóvis Alves de Souza, com quem foi casada por 60 anos.

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