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Câmara Municipal presta homenagem a Jessé Santiago

Funcionando provisoriamente no auditório da Funasa, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou ontem uma emocionante homenagem póstuma ao presidente da Casa, vereador Jessé Santiago (PSB). O espaço ficou pequeno para receber todos os secretários municipais, alguns deputados estaduais, parentes, amigos e eleitores de Jessé. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente interino, verea-dor Elias Campos (PRP).
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A viúva de Jessé, Cacilda Santiago, ouviu os pronunciamentos de vereadores e políticos com emoção. Também era visível a tristeza dos funcionários da Câmara Municipal durante a homenagem. Porteiros, seguranças e serventes não escondiam as lágrimas enquanto se sucediam os oradores e trabalhavam para atender os convidados. Fiéis da Assembléia de Deus apresentaram um vídeo com imagens de Jessé cantando discursando e com cenas do seu enterro. O clima durante a sessão era de uma comoção visível.   

Todos os discursos destacaram a capacidade de Jessé de superar obstáculos para criar um clima de união política na Casa. Os oradores se dirigiram diretamente a viúva, como foi o caso do presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães (PCdoB). “Quando o telefone começou a tocar com amigos de Cruzeiro do Sul passando a notícia eu não conseguia acreditar. Depois da confirmação, como disse à Cacilda, senti a mesma dor dela. Eu tinha seis anos de idade quando passei por uma tragédia igual quando meu pai morreu num acidente de avião. Voltei no tempo porque na minha casa eram também três irmãos, mas você Cacilda é uma fortaleza tão grande que tenho certeza que você será pai e mãe para os seus três filhos que vão ter muito orgulho de você”, lembrou.

Edvaldo destacou o papel parlamentar desempenhado pelo vereador falecido. “O Jessé foi cedo e quem vai muito cedo deixa muitos motivos para a gente se orgulhar. Na política tem muita gente com a vocação para espatifar e o Jessé tinha a vocação para juntar. Era impressionante que com pouca idade e pouca experiência conseguiu se transformar num líder capaz de juntar. Não foi por acaso que se tornou presidente dessa Casa. Para dirigir uma Casa Parlamentar tão plural com opiniões tão diversas, é assim o legislativo deve ser, é preciso ter capacidade de se relacionar com os diferentes”, afirmou.

Angelim contém o choro durante pronunciamento
O prefeito da Capital, Raimundo Angelim (PT) fez um discurso emocionado onde colocou a sua gratidão em evidência em relação ao trabalho de Jessé Santiago. Em alguns momentos entrecortou suas palavras com a respiração contida que antecede às lágrimas. “A nossa gestão ficou menor em termos de qualidade. Vejo a nossa Câmara como parte do esforço coletivo das mudanças que precisamos fazer em Rio Branco. Nada que a gente faz na cidade deixa de ter o apoio dos vereadores.

O Jessé antes de ser o presidente da Câmara era um vereador. Aboli a muitos anos do meu vocabulário a palavra eu. Aprendi a dizer nós, juntos, o coletivo e o comunitário. Há tantas pessoas que se envaidecem e são arrogantes em qualquer função pública que exercem. O Jessé quando investido da presidência ia semanalmente no meu gabinete. Ele entrava com o sorriso largo e  me dava um abraço”, recordou.

Para Angelim a atuação de Jessé superou o aspecto político. “Num dos nossos últimos encontros disse a ele que a gestão pública é diferente da gestão política. Tem que se dizer sim e não e contrariar interesses em função do coletivo. A gente sempre conversava sobre a vida e as nossas famílias e o quanto a gente erra e o quanto ainda falta fazer por essa cidade. Mas ele me dizia para a gente se alegrar pelo que conseguimos fazer. Eu o admirava pelo homem que era. Só colhe bons frutos quem é bom semeador. O Jessé político foi homem amplo que fazia das divergências a convergência”, relatou.

Vereadores exaltam o companheiro
Durante a sessão ficou claro que Jessé conseguiu criar um clima de unidade na Câmara Municipal. Os vereadores manifestaram a admiração pelo amigo que foi nas suas falas:

 

 

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