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Capital registra 270 notificações de dengue na semana passada

É ‘verão’, mas nem por isso o povo de Rio Branco pode ter paz em relação à dengue, o maior mal da Saúde Pública do país. Na semana passada (31ª no calendário epidemiológico: 1º a 7 de agosto), a doença registrou 270 notificações na cidade, provando que enquanto a população da cidade não tomar os devidos cuidados a dengue só conseguirá fazer mais e mais vítimas. No valor acumulativo de 2010, Rio Branco já tem 26.438 notas, o que já supera em mais de 1/3 (7.059) ao que foi computado durante todo o ano passado (19.379).

Quanto aos outros estágios, este ano já registrou 2 casos de dengue hemorrágica e 33 de dengue com complicações. Em 2009 foram 16 hemorrágicas e 121 com complicações.

De acordo com Janilson Lopes, diretor da Vigilância Epidemiológica municipal (Dvea/Semsa), apesar de os registros da semana passada ainda mostrarem uma tendência decadente em relação ao começo do ano (média de 2 mil notas por semana), ainda se trata de um valor bem alto. Para se ter idéia, o padrão normal para a época (verão) seria de menos de 30 avisos por semana. Tal panorama incita a preocupação de uma epidemia mais intensa quando começar o ‘inverno’ (tendo em vista que o mosquito não vai sumir neste verão).

Outros agravantes prejudicam ainda mais tal conjuntura. De acordo com Janilson Lopes, um conjunto de fatores dificulta a redução da incidência dos casos de dengue, tais como a rotatividade real de 2 sorotipos da doença (com um possível 3º instalando-se), fatores altamente propícios à reprodução do mosquito, ineficiência das ações de enfrentamento  e, sobretudo, a cultura da população em cuidados de saúde para a prevenção da doença.

“Temos 180 agentes de Endemias (visita de 40 em 40 dias). Seria número suficiente para cidade se eles tivessem 100% de eficácia. Mas não é isso que acontece. Eles passam por casas onde moradores não os deixam entrar, imóveis abandonados, onde são assaltados, alguns não querem mais ir para rua e outros usam atestados médicos para faltar. Somado a isso, aqui há milhares de caixas d’água e outros focos para um mosquito que reproduz até milhares de larvas em só 12 dias. São muitos fatores à favor da dengue”, explica ele.

Ainda diante de toda esta desvantagem, o diretor conta que a Vigilância faz tudo ao seu alcance para combater a doença em 2 frentes: a rotina/prevenção e o bloqueio/combate. A primeira se trata de ação geral, que consiste nas visitas dos agentes para conscientizar as pessoas. A segunda baseia-se em deslocar equipes direto aos locais com concentração de focos para eliminá-los. Além disso, o atendimento na rede de Saúde continua normal.

Em Rio Branco, os pontos que ainda estão sendo mais atingidos pela dengue são: Santa Inês, Estrada Irineu Serra, Conj. Rui Lino, Alto Alegre, Tancredo Neves e Calafate.

Entrada do 4º tipo sorológico preocupa a Vigilância – Outra grande preocupação do atual quadro é em relação à possível chegada de um novo tipo sorológico da dengue, 4º. Até então, tal tipo é ausente no Estado, mas, devido às condições favoráveis, o próximo ‘inverno’ pode facilitar esta ameaça. Com o 4º tipo, toda população acreana estaria não só sujeita a ser infectada de novo pela doença,como também a contraí-la num nível mais grave (independente de quem já contraiu ou não os outros 3 tipos sorológicos atuais).

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