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Desordem no cadastro de pessoas atrasa solução aos desabrigados do Montanhês

A falta de organização no cadastro de famílias expulsas de uma área particular do bairro Montanhês impediu, na tarde da última terça-feira (17), em reunião com a Secretaria de Articulação, que a prefeitura e governo achassem soluções para a questão. A desordem acontece devido aos famosos ‘especuladores’ infiltrados entre os desabrigados e que estão apenas tentando se aproveitar da situação para ganhar terras para alugar ou vender.

No momento da expulsão, acreditava-se ser 201 famílias (mais de 800 pessoas) morando na propriedade. Porém, com a incidência de especuladores, tal número cai, por enquanto, para 89 famílias (360 pessoas). Conforme o representante De Souza, os especuladores estão sendo identificados e, aos poucos, devem ser afastados do grupo. Isso porque, ele conta, tais aproveitadores são os únicos empecilhos para que a situação se resolva.

“Durante reunião de terça, a prefeitura se mostrou preocupada com nossa situação, mas destacou que não pode nos ajudar até ter 100% de certeza de que beneficiará as famílias realmente necessitadas. Querem garantir que não darão casa aos especuladores. Por isso, estamos trabalhando para fazer um balanço só com quem necessita e, depois, devemos sentar e continuar o diálogo por uma solução definitiva de moradia”, conta De Souza.

Segundo a liderança dos desabrigados, o secretário municipal de Articulação, Márcio Batista, lhes assegurou que a prefeitura, mesmo com a declaração de luto pela morte do vereador Jessé Santiago, estará debatendo internamente uma proposta preliminar para a questão e deve chamar o grupo para apresentá-la o mais rápido possível.

Duas semanas sobrevivendo na rua – Enquanto uma saída segue em discussão, grande parte dos desabrigados (50 famílias) continua morando num acampamento de condições precárias, assentado numa rua de barro que dá acesso à referida propriedade, em frente à escola Pedro Martinello. O terreno ‘em disputa’ mede 28 ha. e pertence ao ex-secretário de Fazenda, Deusdete Nogueira. Eles residiam no local há cerca de 6 meses. Há exatas 2 semanas, foram expulsos por ordem de reintegração de posse da 4ª Vara Criminal.

As barracas do acampamento têm menos de 5 m2 e chegam a servir de abrigo para até 5 famílias (esprimidas). Para alimentação, eles estão sobrevivendo através de doações de lojistas locais e entre eles próprios (doações estas que cada vez mais diminuem).  

 

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