O sistema de transmissão de energia no Acre foi o tema principal da reunião ocorrida na noite de terça-feira, 17, entre empresários locais e o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz.
A reunião, que ocorreu no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), tratou do momento de dificuldade em que o Estado vive no abastecimento de energia, no qual a capacidade de transmissão é de 500 mega watts, mas a necessidade é de pelo menos o dobro disso para suportar a carga demandada.
Segundo o presidente da Eletrobras, durante muito tempo a quantidade de energia gerada foi suficiente para atender o Acre e Rondônia, mas com o crescimento do mercado, principalmente das indústrias, responsáveis por grande parte do consumo, o suplemento energético passaria a ser uma necessidade.
“Esse crescimento sempre foi muito óbvio e as conseqüências dele também. Mas precisamos estar cientes de que o período é de transição, que a Eletrobras assumiu há pouco tempo o compromisso que era de outra empresa de energia e precisamos de pelo menos um ano para colocar tudo em ordem”, explicou o presidente.
O prazo de um ano é para a construção do segundo linhão, que de acordo com o projeto, promete melhorar substancialmente a distribuição do sistema. Até dezembro de 2011 o novo linhão deverá estar operando, segundo o presidente.
Ele reforça que recursos têm suficiente para as obras, mas que a execução não é tão rápida por conta da liberação de licenças ambientais. “Em termos estruturais o problema está equacionado”, enfatiza.
De imediato, a Eletrobras providenciou a melhoria das condições de abastecimento com a aquisição de dois transformadores, sendo que um já está operando. A medida reduz os riscos dos apagões que vinham acontecendo com freqüência nos últimos meses.
Para o presidente da Fieac, João Francisco Salomão, a reunião foi esclarecedora e traz um alívio aos empresários que desejam expandir a sua empresa. “A capacidade energética que temos disponível hoje não nos permite um crescimento. Grande parte da nossa receita depende da geração térmica”, destacou.
Como a maior preocupação dos empresários no momento está relacionada à Zona de Processamento de Exportação (ZPE) – quando a produção acreana irá aumentar – e existe uma garantia para que o Acre tenha abastecimento de energia suficiente até lá, Salomão acredita que não há mais motivos para tanta preocupação. (Ascom Fieac)