Será nesta quinta-feira (12), a partir das 8h, no Hospital Geral das Clínicas do Acre – antiga Fundacre – a cirurgia para a retirada do projétil alojado no braço de Jeremias de Souza Cavalcante, 22, namorado da estudante Edna Maria Ambrósio, 23, morta a tiros de fuzil durante uma blitz de trânsito no início do ano.
A solicitação partiu do titular da Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, juiz Leandro Leri Gross, mediante a necessidade de esclarecer de qual tipo de arma realmente saíram os disparos que mataram a estudante. Edna sofreu perfurações no dorso da mão e outra no ombro esquerdo, à altura do coração.
Existem evidências de que outras munições diversas das utilizadas em fuzil também foram disparadas, resta saber se elas atingiram ou não a vítima. O projétil alojado no ombro de Jeremias é o mesmo que transfixou o coração de Edna. Ela estava na garupa do namorado no momento da ocorrência.
O ato cirúrgico será acompanhado por um perito do Instituto Médico Legal (IML) e por um dos advogados de defesa de Jeremias. O Ministério Público, que acompanhou de perto a exumação do cadáver da estudante e a perícia dos fragmentos retirados, ainda não manifestou interesse de assistir a remoção da bala de Jeremias.
Jeremias de Souza Cavalcante era namorado de Edna Ambrósio. No dia 25 de fevereiro, quando a namorada foi ferida e morta, supostamente por dois policiais militares, era ele quem conduzia a motocicleta que furou o bloqueio da blitz policial.
Em relação ao acaso, ele aparece em duas situações: como réu na ação penal promovida pelo MP, onde responde por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e por crime de desobediência por desobedecer à ordem policial e furar o bloqueio policial; e como vítima no procedimento instaurado na Auditoria Militar para apurar a responsabilidade dos PMs envolvidos no caso.
Instrução criminal será retomada
O juiz Leandro Leri Gross designou ainda o dia 20 de agosto, uma sexta-feira, para a retomada da instrução criminal do processo. A audiência terá início às 8h no Fórum Barão do Rio Branco, onde funciona a Vara do Tribunal do Júri.
A instrução criminal havia sido interrompida em virtude de novas diligências solicitadas pelo juízo, tais como a exumação do cadáver de Edna e novo exame de balística. Durante a retomada dos trabalhos dia 20, os depoimentos devem ser concluídos.
O juiz já expediu ofício solicitando ao comando da Polícia Militar a apresentação dos dois policiais denunciados e de cinco outros que participavam da blitz que resultou na ocorrência. Jeremias Cavalcante também foi convocado para a audiência.