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Namorado de Edna viaja e frustra cirurgia para retirada de projétil

A cirurgia para extração de um projétil alojado no braço de Jeremias de Souza Cavalcante – namorado da estudante Edna Maria Ambrósio, 23, morta a tiros de fuzil durante uma blitz de trânsito no início do ano – não ocorreu conforme determinação judicial.
Jeremias
Apesar de intimado, Jeremias não compareceu ao local indicado para a realização do procedimento cirúrgico, que deveria ocorrer na última quinta-feira (12), às 8h, no Hospital Geral das Clínicas do Acre, antiga Fundhacre.

Em petição juntada pela defesa, ele informou em juízo que estaria ausente da cidade. Em despacho posterior, o titular da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco, Leandro Leri Gross, deixou claro sua reprovação ao fato. “Mesmo com toda a boa vontade da Fundhacre e da intenção permanente do Poder Judiciário em encontrar a verdade real, infelizmente fica frustrada, tendo em vista que o acusado/vítima Jeremias de Souza Cavalcante não apresentou justificativa técnica e fundamentada para não comparecer ao ato […]”.

Leri Grosso manifestou ainda que Jeremias tomou conhecimento do ato cirúrgico com antecedência suficiente para agendar sua vida pessoal e profissional, visando a retirada do projétil. Disse: “se […] fosse algum profissional que dependesse exclusivamente de viagens, até poderia justificar a sua ausência. Todavia, exerce a função de mecânico, espécie de profissional que possui um ponto fixo de trabalho. Infelizmente, este tipo de comportamento não contribui para uma solução rápida e técnica do Poder Judiciário […]”.

Ao final das suas conclusões, o magistrado determinou novamente à direção da Fundhacre novo agendamento para a retirada do projétil. A intenção do juiz é esclarecer de qual arma realmente saíram os disparos que mataram a estudante. Edna sofreu perfurações no dorso da mão e outra no ombro esquerdo, à altura do coração.

Existem evidências de que outras munições, diversas das utilizadas em fuzil, também foram disparadas. Resta saber se elas atingiram ou não a vítima. O projétil alojado no ombro de Jeremias é o mesmo que transfixou o coração de Edna, que estava na garupa do namorado no momento da ocorrência.

Por telefone, a mãe da estudante, Maria Ambrósio, lamentou a não realização da cirurgia. Ela afirma que chegou a entrar em contato com Jeremias para pedir que ele realizasse o procedimento, tido como fundamental para definir a autoria do crime. “Eu só vou sossegar quando o assassino da minha filha for punido como manda a lei”, afirmou a mãe.

Na próxima sexta-feira (20), às 8h, terá seqüência no Fórum Barão do Rio Branco, a audiência de instrução e julgamento. A instrução criminal havia sido interrompida em virtude de novas diligências solicitadas pelo juízo, como a exumação do cadáver de Edna e novo exame de balística.

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