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O comovente adeus a Jessé Santiago

O sepultamento do presidente da Câmara de Rio Branco, Jessé Santiago, ocorrido na tarde de ontem (18), no Cemitério São João Batista, na Capital, foi precedido de muitas homenagens. O local do velório, a sede da Igreja Assembléia de Deus, na Avenida Antônio da Rocha Viana, estava repleto de coroas de flores, encaminhadas por autoridades de diversas esferas.
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Vereadores e servidores da Câmara de Rio Branco expuseram um banner com uma série de fotografias demonstrando a atuação parlamentar de Jessé. Cartazes, orações, lágrimas silenciosas, cada um se despediu do seu jeito. Padre Mássimo Lombardi, da Igreja Católica, deixou de lado as diferenças religiosas e também marcou presença.

Aliados políticos, adversários, familiares, amigos, populares, enfim, grande parcela da sociedade acreana, fez questão de prestar uma última e justa homenagem ao pastor, cantor e político Jessé Santiago.

A visitação ao corpo começou ainda na noite de terça-feira. Quando a urna mortuária chegou à igreja, em carro aberto do Corpo de Bombeiros, uma multidão se aglomerou no local. Entre os presentes, o governador Binho Marques (PT), o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), e os candidatos ao Governo Tião Viana (PT) e Tião Bocalom (PSDB).

A família optou por manter o caixão lacrado como forma de preservar a imagem feliz do parlamentar, conhecido pelo largo sorriso constantemente estampado no rosto. As pessoas que tiveram a oportunidade de ver o corpo afirmam que Jessé sofreu muitos ferimentos na face e estaria completamente desfigurado.

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A viúva Cacilda Barbosa Santiago e os órfãos Lucas (14), Mateus (13) e João Marcos (6) passaram a maior parte do tempo em local reservado. Antes de ser iniciada a visitação pública, a pedido de Cacilda, o caixão foi aberto em local separado, para que a família pudesse de fato se despedir de Jessé. Depois disso, permaneceu fechado até o enterro no cemitério.

Jessé era natural de Rio Branco e tinha 38 anos. Estava no segundo mandato de vereador e disputava uma vaga de deputado federal pelo PSB. Pesquisas internadas o apontavam como bem colocando na disputa pelas oito vagas na Câmara Federal, aparecendo sempre entre a quarta e a quinta colocação.

O acidente que vitimou Jessé e outras duas pessoas ocorreu na madrugada de terça-feira (17), na BR-364. No total, seis pessoas ocupavam a Hilux que seguia para Rio Branco os sobreviventes permanecem internados no Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul, que atendeu as vítimas.

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Corpo de coordenadora de campanha é enterrado no Cemitério Morada da Paz
O corpo da coordenadora de campanha do deputado esta-dual Luiz Tchê (PDT), que busca a reeleição, Maria Queline Souza Melo, 37 anos, também foi enterrado ontem. O sepultamento ocorreu às 13h no Cemitério Morada da Paz. Amigos e fami-liares estiveram presentes.

“O que agrada Deus são as atitudes do ser humano e Queline era uma mulher de atitude”, declarou a missionária Cida Silveira, candidata a deputada estadual pelo PSB e amiga pessoal de Queline e Jessé. Ontem, ela suspendeu toda a agenda de campanha para homenagear os dois amigos.

O velório ocorreu na Igreja Aliança em Cristo, na rua principal do Conjunto Rui Lino. Queline era presidente da Associação dos Obesos do Acre e gestora de saúde da UPA do Tucumã. Tinha grande influência na comunidade e por isso era muito solicitada nos períodos das eleições.

Natural de Cruzeiro do Sul, onde ainda reside boa parte da sua família, ela foi ao Juruá participar da agenda política da Frente Popular. Junto levou a filha, Bruna Emanuelle, de 10 anos, que apesar das múltiplas fraturas sofridas na hora do acidente já se encontra fora de perigo.

Saco de farinha causou morte de criança
A terceira vítima do acidente fatal, uma criança de cinco anos, era natural de Rodrigues Alves, para aonde o corpo foi transladado. Ela vinha de carona no carro do deputado estadual Luiz Tchê para ser entregue a uma tia em Rio Branco, onde passaria alguns dias.

De acordo com o vereador Sargento Vieira (PPS), que esteve no Hospital Regional do Juruá, no momento da identificação dos corpos, uma saca de farinha que estava na carroceria da caminhonete teria sido determinante para a morte da menina.

No momento do impacto, a saca teria invadido a cabine, levando junto o vidro de proteção e a criança, que foi lançada contra o barranco. “Foi uma das cenas mais tristes que já presenciei, havia muito sangue. A criança ficou toda quebrada em virtude do peso da saca de farinha”, relatou.

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