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OAB relembra 30 anos de atentado com carta-bomba

Acontece nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, intensa manifestação pública e sessão solene reunindo Advogados de todo o Brasil em memória aos 30 anos do atentado ocorrido em 27 de agosto de 1980, na sede nacional da Ordem dos Advogados do Brasil durante o regime militar, à época localizada na Av. Marechal Câmara, 210, Centro, naquela cidade.

A então secretária da entidade, Sra. Lyda Monteiro da Silva, com 59 anos, sendo 44 deles dedicados à OAB, morreu ao abrir uma carta-bomba que era endereçada ao então Presidente nacional da OAB, Eduardo Seabra Fagundes.

Cerca de seis mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre em caminhada de mais de três horas no percurso de oito quilômetros entre a sede da OAB e o cemitério, em Botafogo. O caixão, coberto com a bandeira do Brasil, transformou-se em símbolo de luta contra a ditadura.

Apesar do resultado trágico, o atentado enfraqueceu a ditadura militar e fortaleceu a atuação da OAB, uma das principais entidades da sociedade civil de oposição ao regime militar. O então Presidente da República, João Baptista Figueiredo, decretou luto nacional. 

A OAB atribui o envio da carta-bomba a grupos extremistas de dentro do próprio governo militar, insatisfeitos com o processo de redemocratização que começava a ocorrer, ainda que de forma lenta.

Para a OAB, o ato terrorista fortaleceu a posição da Ordem e mobilizou diversos setores da sociedade civil em defesa de eleições diretas e de uma Constituinte livre e soberana.

O atual Presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, ressalta que d. Lyda transformou-se em mártir e que sua morte representa um símbolo da resistência ao regime militar, e afirma: “Queremos perpetuar a memória de uma das vítimas do regime ditatorial e também queremos que as gerações de hoje e futuras se lembrem desse momento para não reincidir no erro, pois não adianta apenas lamentar o passado”.

Nas manifestações desta sexta-feira, em que será inaugurada uma placa em memória à d. Lyda, a Seccional da OAB do Rio de Janeiro vai homenagear a ex-secretária no horário exato em que a bomba explodiu, bem como apresentará um projeto de lei à Câmara Municipal para a mudança do nome da Avenida Marechal Câmara para Avenida Lyda Monteiro. (Fonte: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil)

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