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Presidente de associação diz que foi detido ilegalmente na Papudinha

O presidente da Associação de Direitos Humanos dos Familiares, Amigos e Reeducandos do Estado do Acre, Jocivan dos Santos Silva, denunciou ontem (30) ao Ministério Público Estadual (MPE) que foi detido ilegalmente por mais de 4h dentro da antiga Papudinha, no último final de semana. O termo foi prestado ao titular da Promotoria Especializada de Controle Externo da Atividade Policial e Fiscalização dos Presídios, Dayan Moreira Albuquerque.

Jocivan afirma que no último sábado (28), por volta das 18h30, compareceu à Unidade Penitenciária 4 – antiga Papudinha – para conversar com os reeducandos sobre o atraso no pagamento dos presos que trabalham na fábrica de bolas, que já perdura por mais de um ano, e também sobre um manifesto pelo fim da violência nos presídios.

Antes mesmo de encerrar a conversa, denuncia que foi surpreendido com voz de prisão por um dos agentes penitenciários de plantão. “Me levaram até o térreo do presídio falando que eu estava ferrado e que também estava lascado e que eu iria ser preso e eles iriam chamar o Bope”, conta.

De acordo com Jocivan, para justificar a ameaça de prisão, o agente o acusou de fazer campanha eleitoral dentro da referida unidade prisional. “Eu apenas citei as denúncias que já foram feitas em outras esferas de poderes, mas eu não citei o nome de nenhum candidato ou parlamentar”, se defende.

No termo prestado ao promotor, Jocivan relatou também que a direção do presídio em questão chegou a solicitar a presença de uma equipe da Polícia Federal no local, o que foi negado. Uma equipe do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) foi ao presídio averiguar o que estava acontecendo, mas também não constatou nenhum crime.

“Fui tratado como bandido de alta periculosidade, já que chamaram até o Bope para me prender”, declara, constrangido. Para o defensor dos Direitos Humanos, a detenção ilegal ocorreu como forma de coação para que ele ficasse calado e não denunciasse o atraso no pagamento dos presos que trabalham na fábrica de bolas.

 

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