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Acre decreta estado de alerta para evitar o pior com clima seco

O Governo do Acre decretou ontem estado de alerta ambiental por conta da atual situação do clima e os prognósticos para as próximas semanas. A falta de chuvas, combinada com a baixa umidade relativa do ar além de ventos fortes, criam ingrediente que deixa a vegetação num verdadeiro barril de pólvoras.

Pequenos incêndios usados para limpar o solo acabam por entrar na floresta, criando uma situação incontrolável. A decisão de assinar o decreto ocorreu por sugestão da Comissão Estadual de Gestão de Riscos, que reúne secretarias e órgãos responsáveis por avaliar o cenário climático e sugerir medidas eficazes no sentido de amenizar os impactos.

Uma Sala de Situação funcionará dentro da residência oficial do governador Binho Marques. Ele disse que o Acre passa por uma situação dramática e que o combate aos focos de incêndios será uma ação prioritária. Binho declarou que, ambientalmente, o Acre ainda não atingiu a mesma situação de 2005.

Naquele ano, o Acre viveu uma das piores secas de sua história, com o Rio Acre atingindo níveis baixíssimos, e imensas áreas florestais destruídas pelo fogo. A principal preocupação está justamente nessas regiões, já que, passados cinco anos, focos de calor foram detectados na floresta.

“Como tinham sido afetadas em 2005, as chances de novos incêndios são bem maiores”, diz o secretário Eufran Amaral (Meio Ambiente). Para o governador, o Estado não pode esperar para que os efeitos de 2005 se repitam para que o governo comece a agir de forma preventiva. “Quanto mais nos anteciparmos, melhores serão os resultados”.

A cada ano o Acre tem conseguido reduzir seus focos de calor. Em 2007 foram registrados 3.577 focos, e 1.929 no ano seguinte. Ano passado esse número chegou a 1.320. Um fato chama a atenção: a quantidade de incêndios na área urbana, em proporção aos rurais, em 2010 tem sido acima do normal.

Até o último dia quatro foram registradas 613 ocorrências do tipo. Entre os bairros com maiores registro aparece Belo Jardim, Vila Acre, Placas e Adalberto Sena. Agosto é um mês preocupante. Somente nos 8 primeiros dias o número de focos já superou todos os 31 dias de julho. Os incêndios se dividem em partes iguais entre áreas desmatadas e florestas.


Fumaça

Quanto à fumaça que tem encoberto os céus do Acre e levado centenas de pessoas aos hospitais por conta de doenças respiratórias, Amaral mostrou imagens de satélite que apontam a Bolívia, sul do Amazonas e partes de Rondônia como os principais remetentes.

Para amenizar os impactos do atual cenário climático, a comissão de risco elaborou planos para ações preventivas e repressivas. Nesse sentido, atuarão juntos Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Exército.  Outra sugestão da comissão foi o cancelamento, pelo Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre) de todas as autorizações para novas queimadas, o que foi aceito. 

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