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Reforma em pista obriga companhias a reduzir a capacidade de operação

O recapeamento da pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco obrigou as grandes companhias aéreas a readequarem sua capacidade de operação. Iniciadas há duas semanas, as obras reduziram o cumprimento da pista em ao menos 600m. Dos 2.158 metros normais, agora ela opera somente com 1.558. Segundo a Infraero, não há riscos para a segurança dos vôos, já que adaptações precisaram ser realizadas.

A Gol Linhas Aéreas, que antes operava seus dois vôos diários para Rio Branco com o Boeing 737-800, passou a transportar seus passageiros no modelo 737-700. A primeira aeronave tem capacidade para 187 assentos; a atual configuração, 144.  Já a TAM substituiu o Airbus A-320 pelo A-319. Com isso, a ocupação das poltronas caiu de 174 para 134.

A TAM tem apenas um vôo diário para Rio Branco e comumente sai com lotação máxima. Essa queda de assentos disponíveis acabou por reduzir a oferta de passagens. Consulta feita no portal da companhia consta que há passagens à venda somente a partir do próximo domingo (8). Até lá, todas as poltronas estarão ocupadas.

Um dos vôos mais afetados é o para Cruzeiro do Sul, que tem monopólio da Gol. Ele é usado principalmente para o transporte de mercadorias por conta da falta de acesso via terrestre. Para operar dentro da pista disponível, a empresa teve de reduzir o seu peso bruto de decolagem. 

Segundo Daniel Sobrinho, superintendente da Infraero, o recapeamento da pista terá um custo de R$ 28 milhões e será executado pelo Exército, por meio do 7º BEC (Batalhão de Engenharia e Construção). Nessa primeira fase é recuperada uma das cabeceiras – apelidada de Floresta. “Queremos aproveitar ao máximo o verão para que a pista volte a operar normalmente”, afirma Sobrinho.

A etapa inicial deve estar concluída até o final deste mês, e em setembro começa a segunda. Sobrinho diz acreditar que a parte central deverá ser recuperada somente no verão de 2011. Essa etapa exigirá a interrupção total dos vôos por alguns dias. Pelas análises da Infraero, a recuperação garantirá mais cinco anos de vida útil à pista. “Nesse tempo, estudaremos e colocaremos em prática a construção de uma nova pista”.

Em abril, A GAZETA mostrou que a pista do Aeroporto de Rio Branco foi construída em um tipo de solo inapropriado para essa estrutura. Classificado como expansivo, o solo contribui diretamente no desgaste da área destinada para os pousos e decolagens das aeronaves, reduzindo seu tempo de vida útil.
As pistas dos aeroportos são projetadas para uma operação de até 30 anos sem ser necessária grandes intervenções de reparo. A da Capital passa por reparos com pouco mais de 10 anos de uso.

Saguão lotado
Outro problema do Aeroporto de Rio Branco é o saguão para embarque e desembarque dos passageiros. O aeroporto opera atualmente acima de 80% de sua capacidade instalada.

Ele foi projetado para receber 274 mil passageiros por ano. Em 2009, esse número chegou a 364 mil. Em comparação com 2008, o número de passageiros no ano passado subiu 30%. A Infraero já tem projetos para a construção de um novo aeroporto.

Segundo Daniel Sobrinho, esse percentual terá curvas ascendentes anualmente. “A aviação no Brasil tem crescido 10% ano a ano. Aqui, como a porta principal de entrada é o aeroporto, essa demanda só tende a se expandir”, observa. Um fato a impulsionar o crescimento está na chegada dos primeiros vôos de companhias da Bolívia e do Peru.

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