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Situação das famílias desabrigadas no bairro Montanhês é resolvida após 22 dias

Após 22 dias vivendo em um acampamento na rua, os desabrigados de uma área de terra particular no bairro Montanhês (Invasão do Caladinho) finalmente tiveram sua situação resolvida. Em reunião na tarde de ontem, às 16h, na Secretaria Municipal de Articulação, ficou acertado que eles morariam, provisoriamente, em casas de aluguel (com a ajuda da prefeitura) até que sejam assentados em moradias populares, ainda em construção.

O grupo deve negociar detalhes finais hoje e levantar acampamento a partir de amanhã, sábado, para começar a serem alocados nas casas de aluguel. Segundo o representante De Souza, as famílias esperavam uma solução de abrigos definitivos, entretanto, diante do longo tempo que estavam na rua e da quantidade de crianças no lugar (incluindo uma recém-nascida ontem), eles decidiram aceitar a proposta da prefeitura.

Até semana passada, o maior empecilho para o acordo era o cadastro com o número de famílias que haviam sido expulsas. Haviam especuladores infiltrados entre eles e que tentavam ganhar terras da prefeitura para alugá-las. Aos poucos, eles foram expulsos do grupo. Primeiro, suspeitava-se de serem 201 famílias necessitadas. Esta quantia baixou para 89. Com mais investigações, o valor fechou ontem com 49 famílias (250 pessoas).

Eles disputavam uma área de 28 hectares, loteada para 1.200 casas. Ela se situa bem ao lado da nova escola Pedro Marti-nello, ‘pertence’ ao ex-secretário da Fazendo Deusdete Nogueira e estava sendo ocupada há cerca de 6 meses. No dia 4 deste mês, uma quarta-feira, as famílias que tinham casas de madeira foram subitamente expulsas do local pela polícia, em cumprimento à ordem de reintegração de posse da 4ª Vara Criminal.

Desde então alguns foram morar com parentes. Sem ter onde ficar, outros montaram um acampamento com condições precárias na estrada de barro que dá acesso à propriedade ‘disputada’, bem em frente à nova escola. Durante todos os 22 dias de negociação, eles sobreviveram em barracas com menos de 5m2 para abrigar até 5 famílias e com poucas comidas doadas por lojistas locais ou que eles mesmos compravam e dividiam entre si.

Incômodo à Associação Estrela da Terra – Durante o tempo que aguardaram resposta, os desabrigados causaram prejuízos à Associação Estrela da Terra. A sede da entidade funciona num terreno da Cohab, vizinho ao lugar onde foi feito o acampamento. Alguns deles estavam jogando lixo e usando parte da associação como banheiro, o que poluiu a horta do local. Quem fez a denúncia foi a presidente Benilde de Araújo, que também reclamou de uma bomba de R$ 1.500,00 roubada e do risco de perder seus convênios.

Sobre tais danos, o representante De Souza afirmou que o grupo reuniu os poluidores e cobrou para que parassem, imediatamente, de jogar lixo e fazer necessidades nas terras vizinhas. “Lamentamos que isso tenha ocorrido e vamos, inclusive, pedir para que eles limpem a sujeira na área. Espero que nada parecido volte a acontecer”, desculpou-se De Souza.      

 

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