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Em sabatina, Bocalom promete incrementar produção do Estado

Mais um postulante ao Governo do Acre foi entrevistado, ontem, pelos jornalistas Eliane Sinhasique e Nelson Liano Jr., no quadro ‘Boca no Microfone’, da GAZETA FM. Bocalom (PSDB), respondeu as perguntas dos entrevistadores e dos ouvintes do programa, durante uma hora e meia, sobre saúde, segurança pública, administração e produção. 
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Saúde
Sobre a questão de saúde pública, Bocalom mostrou a visão que tem do assunto. “Entendo que é preciso ter a saúde preventiva. Quando era prefeito de Acrelândia ganhamos o prêmio da Firjan, em 2006, por termos a melhor saúde do Acre. Isso porque conseguimos implantar o programa Saúde da Família em todo o município. O que não está acontecendo no Acre. Os municípios não estão conseguindo segurar os médicos. Fiquei sabendo que 38 médicos foram mandados embora do ProSaúde. Inclusive um deles deu uma entrevista muito dura para a nossa equipe de campanha. O Governo Federal só repassa cerca de R$ 6 mil para pagar os médicos. No nosso governo vamos ajudar os municípios a pagar melhor os médicos. Entendemos que é necessário cobrir as diferenças para fazer a prevenção. Não podemos ter uma elite de médicos que ganham bem e uma outra parte que ganha muito mal. Temos que equalizar para pagar bem todos os profissionais de saúde com as condições adequadas de trabalho”, afirmou.

Equilíbrio político
Indagado como governaria o Estado se o seu grupo político tivesse a minoria na Aleac e na Câmara Federal, o candidato pontuou: “tenho certeza que a maioria dos parlamentares bem intencionados votarão nos nossos projetos porque vamos trabalhar com transparência. O que aprendi a fazer foi isso. Trabalhei dois mandatos como prefeito de Acrelândia com a Câmara contrária e não tive problemas. Tenho certeza que fazendo um apelo em nome da população não vão querer ficar perseguindo o governador”, garantiu. 

Ramais e Panela Cheia
Bocalom falou sobre a educação na zona rural e a conservação dos ramais do Acre. “O exemplo que tive em Acrelândia será o modelo. Instalamos os transportes escolares nos seus 600 Km de ramais. Em todos rodam os ônibus e estão recuperados de inverno a verão. Vamos entrar para valer fazendo parcerias com as prefeituras. O que precisa são as prefeituras terem os equipamentos para fazer a manutenção. Cobrar para que realmente gastem o dinheiro com os ramais. Na região do Alto Acre dá para manter ramal de inverno a verão e com as escolas centralizadas para acabar com as multiseriadas”, disse ele.
Ele aproveitou a pergunta para falar também do seu projeto Panela Cheia. “Andando pelo Acre vimos, no Jordão, um quilo de feijão custando R$ 8 e um de arroz R$ 4 porque não está se produzindo. Vamos trabalhar a produção no campo com assistência técnica, sementes gratuitas para os produtores e subsídio para os insumos. Vamos garantir o preço mínimo de compra aos produtores. Queremos restabelecer a Cageacre para fazer o armazenamento e o beneficiamento para a gente comprar do produtor e entregar pelo mesmo preço a quem tem a Bolsa Família. Vamos ajudar os mais pobres garantindo um preço melhor ao produtor e ajudando os pobres”, sintetizou.

Economia Florestal
O candidato tucano demonstrou não aprovar o investimento na economia florestal pelo atual Governo. “Quero equilíbrio social e ver o povo comendo mais e não passando fome como vi no Jordão. Tem gente comendo apenas peixe com água e farinha. Essa história de economia florestal é tirar madeira através de corte raso e mandar as pranchas para o resto do mundo. Não se preocuparam em verticalizar a produção. No meu governo só vai sair madeira se tiver valores agregados para gerar mais empregos. No Acre, desafio a quem está dizendo qual é o projeto de economia florestal que deu certo. Vá ver a situação do Antimari e da Reserva do Mogno, como as pessoas estão vivendo. Primeiro é o ser humano depois o macaco e a árvore. Comida na mesa, saúde e educação depois disso a gente vai ver o macaco e a árvore”, analisou. 

Produção e ZPE
Questionado sobre o seu projeto de produção e o que faria com a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) que está em construção, Bocalom, afirmou: “quero dizer que a ZPE é uma boa alternativa, mas não a solução da industrialização do Acre como vejo outros candidatos dizerem. Acredito na industrialização do Acre e a ZPE será para ajudar. Vamos comprar os insumos com tributação zero para construirmos alguma coisa para exportar. Mas será que nós temos capacidade de montar um produto para concorrer com a China? Hoje é mais barato comprar na China a parte têxtil, de motores e de informática. Vai ajudar, não é a solução, mas eu continuaria com o projeto”, garantiu.

Quanto ao seu projeto de produção, Bocalom, sintetizou: “a solução vem pela produção primaria de arroz, feijão, soja, milho senão não tem como criar frangos e suínos. Temos uma área espetacular para produção. As agroindústrias poderão gerar os empregos nas áreas urbanas. Nas rurais a produção, especialmente da pecuária leiteira, vai gerar empregos. A cada cem litros de leite é um emprego garantido. No nosso programa de governo queremos chegar a 500 mil litros de leite, em quatro anos”, salientou.

Segurança pública
O candidato ao governo fez várias críticas ao atual Governo em relação à gestão de Segurança Pública. Ele falou também do seu projeto para o setor. “O que a gente precisa é observar o que está acontecendo. Os municípios do interior estão sem policiais. Vamos ter que ampliar o contingente e dar condições para o pessoal trabalhar. Não pode faltar gasolina, munição e colete. O reclame maior é a falta de condições. A polícia técnica não existe. Quando tem um assalto é feito o BO e o delegado pede informações. A pessoa já foi assaltada e tem que correr atrás do bandido.

Quem tem que descobrir é a polícia. Por isso, nós temos que ter policiais treinados para que depois da ocorrência possa tirar as digitais. No entanto, o que acontece é que boa parte dos assaltados nem vai à delegacia porque tem que identificar o bandido e fica refém do criminoso. Isso se resolve com uma polícia atuante para se chegar aos verdadeiros culpados. Vamos fazer uma grande mudança. O Acre tem muito dinheiro. É a maior transferência per capita do Brasil. Recebeu muito dinheiro nos últimos 12 anos e não melhorou. Existem muitos desempregados que evidentemente com a facilidade das drogas acabam querendo ganhar um dinheiro mais fácil. É todo um conjunto, a parte educacional e a geração de emprego e renda e a parte da polícia trabalhar com vontade. O problema não são os policiais, mas a gestão da polícia”, afiançou.

Controladoria e portal da transparência
Bocalom prometeu diminuir o número atual de secretarias de Governo e os cargos comissionados. Ele falou também do portal da transparência. “O Acre já era para ter aderido agora no mês passado e me parece que não aderiu. O que a gente quer é dar transparência em tudo. Parar com essa história de nomear um secretário e aparecer seis meses depois no Diário Oficial. A coisa tem que ser o dia-a-dia e mostrar os recursos. Isso será o ponto alto da nossa administração. Na verdade, já existe a Controladoria Geral do Estado e quero saber o que já fez no Estado? Tem que fazer a vistoria em todas as obras e até hoje não vi fazer uma denúncia ao Ministério Público. Nós vamos fazer a Controladoria funcionar para que tenhamos os nossos funcionários comprometidos com a coisa séria”, finalizou.

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