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“Gestão humanizada na saúde” propõe Tião Viana na GAZETA FM

Para fechar o ciclo de sabatinas com os candidatos ao governo os jornalistas Eliane Sinhasique e Nelson Liano Jr., conversaram, ontem, com Tião Viana (PT), no ‘Boca no Microfone’, na 93,3 FM. O programa teve grande participação dos ouvintes através de perguntas ao candidato. Saúde, Segurança Pública, Educação e produção foram os principais temas abordados durante a entrevista de uma hora e meia. O destaque ficou por conta da fala sobre a segurança, em que o candidato afirmou que haverá tolerância zero com o tráfico de drogas.
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Produção
Indagado sobre as críticas da oposição em relação à dependência financeira do Acre do Governo Federal, Tião Viana explicou: “nós temos a necessidade de intensificação da atividade rural no Estado. Mas é preciso fazer isso com responsabilidade. Há 12 anos tínhamos a falta de estradas. Era um flagelo absoluto porque não havia estrada para escoar a produção. O governo Jorge Viana (PT) recuperou as bases de infra-estrutura e mudou essa situação.

 Nessa semana conversei com um produtor do Bujari que está exportando peixes para Manaus. Nós estamos exportando cem milhões de preservativos por ano e Álcool Verde vai começar a produzir, no próximo dia 20, gerando 600 novos empregos. A mandioca está via-bilizando mais de R$ 150 milhões de renda no Estado. Mas ainda falta multiplicar alguns setores. É preciso aumentar a produção. Mas as coisas precisam ser feitas por etapas.

Primeiro se prepara a infra-estrutura e a base para a produção e a assistência técnica. Peixe, frango, porco e ovelhas estão sendo produzidos. Mas o Acre precisa acelerar a sua produção rural para acolher mais famílias na sua economia”, salientou.

Economia Florestal
Para Tião Viana a opção econômica do Estado está correta. “Visitamos duas empresas de madeira com mais de 500 empregos exportando para 25 paí-ses da Europa, o Canadá e os Estados Unidos. O que se fazia há 12 anos era queimar a floresta. Atualmente reduzimos as queimadas em mais de 90%. Os nossos governos prepararam a base da economia florestal. Somente um produtor de madeira está vendendo 40 mil metros cúbicos para a Europa. O mercado internacional só vai comprar madeira certificada com responsabilidade ambiental.

 Quem quiser queimar a floresta não vai vender madeira para ninguém. O Acre é o Estado que mais se preparou para o comércio de madeira certificada. Reunimos com três empresas do Reino Unido da área de móveis, junto com a WWF, e convidamos a sua maior rede de lojas para se instalar no nosso novo Distrito Industrial na Zona de Exportação para gerar salários muito melhores para os nossos trabalhadores. Quem deu vida para o setor madeireiro fomos nós.

A Zona de Exportação poderá gerar seis mil novos empregos com os produtos madeireiros à frente. Vamos comprar cadeiras e mesas para as crianças da escola para aquecer o pólo moveleiro. A regionalização das compras governamentais é um passo que temos que dar e o manejo comunitário para vender no mercado interno”, avaliou.

Pequenas empresas
O candidato da FPA promete criar uma nova secretaria para cuidar da micro-economia. “Tem sido uma grande preocupação dos governos do Acre a questão da micro-economia. Tenho dito que é um compromisso criarmos a Secretaria de Pequenos Negó-cios. Será uma oportunidade para multiplicar aos milhares as oportunidades de trabalho. Uma maneira de acabar com a burocracia. A Secretaria vai facilitar a vida das pessoas.

Vi um produtor ganhando com a reciclagem de garrafas pet. Se tiver um empurrão às pessoas podem achar a sua emancipação econômica. A presidenciável  Dilma (PT) também está com a mesma posição. Se ela ganhar vai criar o Ministério da Micro Economia porque isso é essencial para o Brasil.

O Lula provou que é possível acreditar nas pessoas humildes porque elas fazem os seus próprios negócios. Tenho como meta assumida pavimentar 100% das ruas do Acre com tijolos. Imaginem quantas olarias comunitárias irão surgir com esse projeto gerando emprego e renda para milhares de pessoas. A parceria para rea-lizar as obras vamos ter com todas as prefeituras indiferente dos partidos que a governam”, destacou.

Gestão humanizada na saúde pública
Um dos assuntos mais importantes para Tião Viana é a saúde pública. Ele falou das mudanças que pretende realizar no setor.  “Todos os estados do Brasil têm problema com o TFD. Antes as pessoas tinham que fazer rifas para poderem viajar. Agora, funciona. Mas temos que pensar em algo mais amplo como a Casa de Passagem funcionando em Rio Branco para acolher os pacientes que vêm do interior. Vamos funcionar com alto profissionalismo para que a pessoa chegue e, com o apoio da assistência social, possam marcar as consultas com rapidez e voltar ao município. Para fora do Estado não existia nem passagem aérea. Vamos inaugurar o Hospital de Traumatologia para cuidar aqui mesmo das pessoas com problemas nos ossos. Será o hospital mais bonito da Amazônia e com qualidade inspirado no modelo do Sarah Kubitschek. Mas ainda assim têm pessoas passando privações”, argumentou.

Para o candidato os problemas de gestões têm que ser resolvidos com a humanização dos serviços. “No Brasil a queixa principal é no setor de saúde. No Acre, os governos do Jorge e do Binho conseguiram preparar para avançar. Hoje nós temos a Nova Fundação, Hospital do Idoso, Hospital do Câncer, o novo Pronto-Socorro, as novas UTIs, Hospital Regional do Juruá, entre outros. O que está faltando é o atendimento humanizado. Muitas vezes as pessoas vão ao atendimento de saúde precisando de um remédio e o funcionário não sabe que tem. Os funcionários não estão preparados para ouvir o paciente e tratá-los com respeito.

O atendimento não está bom. É preciso criar uma estrutura profissional para melhorar. Dizer para o médico que ganha R$ 12 mil por mês que não está fazendo um favor para os pobres e para o governo. Eles vão ter que trabalhar bem e tratar com humanização. É um setor que conheço a fundo porque é a minha vida. Uma pessoa que fica marcando durante três meses uma consulta com um cardiologista e depois vê a consulta desmarcada. Isso vai acabar. Quero uma gestão humanizada com valor à vida. O Acre está fazendo vários transplantes e ainda não conseguiu humanizar o atendimento na saúde por conta da infra-estrutura que estava sendo feita. Mas isso vai mudar. As pes-soas têm que dizer que são tratadas nos hospitais públicos do Acre melhor do que em casa. Porque na hora da dor de uma doença tem que ser um tratamento digno”, garantiu.    

Segurança Pública
Outro assunto analisado por Tião Viana foi à violência. “É uma área delicada tanto quanto da saúde. Os meus filhos têm o mesmo medo de insegurança. Todos nós estamos sujeito a termos as nossas casas invadidas. É uma situação que assusta a todos e tira a paz das famílias. Agora, a grande causa da violência no Brasil e no Acre é o tráfico de drogas. É partir dele que a gente vê a destruição das famílias. O principal foco na área de segurança será o combate ao tráfico de drogas. Um policial militar hoje ganha R$ 1.900 no Acre e R$ 1.400 no Rio Grande do Sul e em São Paulo. O Acre fez um grande esforço.

Os soldados não tinham coturno e nem farda e andavam de sandálias de borracha. Nem comida nos quartéis havia antes do Jorge e do Binho. Hoje existe dignidade. A Polícia Civil se preparou e existe um aparato de instrução física para os policiais. Mas temos que avançar mais com parcerias com a Polícia Federal. Podemos pegar programas do Ministério da Justiça e trazer com intensidade para o Acre para fortalecer o aparelho policial de tal modo que possa avançar com força no combate ao narcotráfico. As fronteiras abertas são outros problemas que nos tornam vulneráveis em relação às drogas e isso tem que mudar. No mais são as escolas mostrando os malefícios do álcool e das drogas e o valor da tolerância e do amor ao próximo fortalecendo as igrejas. Temos que mostrar que o Acre é a terra da paz”, finalizou.

 

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