Acompanhado do seu advogado, Mario Paiva, o candidato a senador, João Correia (PMDB), conversou, ontem, com vários jornalistas. O objetivo da coletiva foi o de mostrar a versão integral da gravação da entrevista, que descambou para pancadaria, na TV 5, na semana passada. No entanto, a existência de nove segundos de fade out no ápice da gravação ainda gera dúvidas. Mário Paiva já avisou que pedirá uma perícia técnica na fita para comprovar o interregno de imagens na gravação original.
Ainda bastante abalado emocionalmente com a grande repercussão na mídia do caso, João Correia, já avisou que pretende processar as redes de televisões nacionais Record, SBT e Bandeirantes por danos morais. “Também vou acionar juridicamente a TV 5 para cassar a sua concessão pública”, avisou. Logo depois da entrevista o candidato garantiu que divulgaria as imagens através do site Youtube.com. Mas João ainda não decidiu se vai veicular a gravação no seu programa eleitoral de televisão.
Outra questão levantada pelo advogado é o direito de resposta de João Correia no mesmo programa da TV 5. “O candidato foi extremamente prejudicado em relação aos demais postulantes ao Senado. Queremos o espaço e o tempo ao que João Correia tem direito para divulgar as suas idéias”, argumentou.
A gravação
A fita não revela quem partiu primeiro para a agressão física. Existem nove segundos com Black no exato momento antes da briga. Segundo a versão de João Correia é nesse tempo que o apresentador Demóstenes Nascimento teria partido para cima dele e unhado o seu rosto. “Tive que agir por necessidade apesar do medo que senti na hora”, afirmou o entrevistado.
O que se pôde assistir foi um primeiro bloco de gravação normal com um diálogo cortês entre o apresentador e o entrevistado. No segundo bloco, por volta dos 5 minutos, João Correia está fazendo severas críticas à construção da BR-364.
Demóstenes tenta interrompê-lo para fazer uma nova pergunta ou uma ponderação. Começa então um bate-boca e uma troca de ofensas pessoais entre os dois. João acusa o apresentador de “lacaio e serviçal” e o jornalista avisa que vai encerrar o programa. A confusão continua e Demóstenes retruca as ofensas dizendo que o candidato não tem moral porque já havia sido preso pela Polícia Federal por ser da “Máfia da Sanguessuga”. Depois entram as palavras de baixo calão.
Quando eles se levantam das cadeiras para encerrar a gravação ainda agitados entra o Black e na imagem seguida os dois estão se socando e rolando no chão numa cena patética. Um assessor do candidato tenta acalmar os ânimos e separar a briga. É possível ouvir também um câmera man ou um produtor pedindo calma ao jornalista. A briga dos dois continua por um tempo fora das câmeras.