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Católicos em clima de eleição

Hoje, quando se compara o Brasil com o resto do mundo, vê-se claramente que houve uma melhora substancial, principalmente na área política. Apesar de ter político por aí afirmando que fez tudo de bom, a verdade é que a Política melhorou muito graças à grande atuação da Igreja Católica e aliados. A se ver pela moralização das campanhas políticas, colocada nos trilhos da decência graças à lei que ficou conhecida como “Lei dos Bispos”. Candidato que não age legalmente perde registro ou, se eleito, o mandato.

A Lei da Ficha Limpa, também começou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, resultado da Campanha da Fraternidade. O objetivo é impedir que candidatos condenados na Justiça possam concorrer às eleições. A pressão popular foi tão grande que Senado e Câmara aprovaram em maio, em tempo recorde, para que possa valer neste ano.

Claro que não foi um trabalho dos bispos somente, mas também de todos os católicos que assinaram os abaixo-assinados e de outros movimentos e religiões que aderiram à causa que não era religiosa, mas de todos que lutam para construir uma sociedade melhor.

E não se deve esquecer também a Lei de Responsabilidade Fiscal, iniciativa do presidente Fernando Henrique Cardoso que impôs um controle dos gastos dos estados e municípios, conforme a capacidade de arrecadação de tributos, além de promover a transparência dos gastos públicos. Isso legou à nação políticos mais temerosos da Justiça, embora alguns ainda apostem na impunidade. Eu sempre aposto na Justiça, e espero ver muitos desonestos na cadeia.

Acompanho com paixão a política há quase 40 anos. Participei da luta pelo restabelecimento da democracia e da liberdade de opinião e expressão, fui uma pequena engrenagem, mas eu estava lá. E o que acontece agora deveria deixar qualquer pessoa que participou do restabelecimento da democracia assombrado. O período eleitoral mal começou e a população já definiu presidente e governador de São Paulo (em outros estados também). Antes de declarar voto, o cidadão deveria ouvir as propostas e os compromissos e fazer exigências.

Como a maioria da população é católica, somos nós que temos maior responsabilidade. Isso, se quisermos continuar melhorando nosso país temos que mudar de atitude. Em primeiro lugar, precisamos eleger quem esteja comprometido com a vida e com a liberdade conquistada a duras penas. Não podemos admitir mais tentativas de controle do ministério público ou da imprensa. Testemunhei isso na Argentina, a presidenta conseguiu aprovar uma lei no ano passado, foi um tremendo retrocesso. E não nos esqueçamos da quebra de sigilo, como do pobre caseiro.

É preciso que todas as religiões decentes se unam nesse ideal, participem de um diálogo franco com a Igreja Católica e ajudem a melhorar o processo político e a construir um país melhor e mais democrático.

*Mario Eugenio Saturno, de Bariloche – Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor universitário e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)

 

 

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