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Acre registra 24 mortes no mês de agosto; 12 no trânsito

Durante os 31 dias do mês de agosto 23 corpos, provenientes de todo Estado, deram entrada no Instituto Médico Legal (IML) do Acre, com sede em Rio Branco. O trânsito ainda é o que mais mata, com o registro de 12 casos. A segunda causa é o homicídio (8) seguido de afogamento e suicídio, com dois casos cada.

Na lista de mortos, há nomes conhecidos, como o do presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, Jessé Santiago, 38 anos, e da empresária Janete Silva de Morais, 47 anos. Jessé foi vítima de trágico acidente de trânsito na BR-364 e Janete foi morta na porta da casa da mãe, no bairro Bosque, durante um assalto.

O mesmo acidente que vitimou o presidente da Câmara de Rio Branco também matou a presidente da Associação dos Obesos do Acre e coordenadora de campanha do deputado estadual Luiz Tchê (PDT), Queline Souza Melo, 37 anos, e Carla Dinar Viana Livas, 5 anos.

O acidente aconteceu, ao amanhecer do dia 17 de agosto, na BR-364, no trecho da  Terra Indígena katukina, a cerca de 100 km de Cruzeiro do Sul. A picape Hilux, transportando sete pessoas, caiu em uma galeria em construção para a instalação de uma ponte, próximo ao Rio Liberdade. Queline e a menor morreram na hora. Jessé ainda foi levado com vida para o Hospital Geral do Juruá, onde faleceu por volta de 11h.

Janete morreu com um tiro no peito na noite do dia 23 de agosto. O crime aconteceu por volta das 19h30min, na Rua Milton Matos, Bosque, próximo a paróquia Santa Inês. Ela estava na frente da casa da mãe quando foi abordada e morta pelos bandidos, que fugiram em uma motocicleta em seguida levando embora os pertencentes pessoais da vítima.

Número de óbitos é inferior ao que foi registrado no mesmo período de 2009
Se comparado ao mesmo período de 2009, houve redução no número de mortes registradas pelo IML. O mês de agosto do ano passado fechou com 61 mortes, quase dois casos por dia, contra 24 neste ano.

O trânsito, a exemplo deste ano, também produziu o maior número de vítimas, 23 no total. Seguido de homicídio (20), afogamento (12) e suicídio (6). A estatística do IML tem como base o número de corpos que dão entrada no instituto, o que significa que a quantidade de mortes violentas registradas no Acre pode ser bem maior. (D.A)

Em 6 anos, taxa de homicídio cresce 106% no Estado
FABIO PONTES
A taxa de homicídios no Acre cresceu 106% entre o ano de 2002 e 2007. É o que aponta o IDS 2010 (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável), do IBGE, divulgada ontem. Enquanto que oito anos atrás a média de assassinatos era de 9,66 para cada 100 mil habitantes, em 2007 essa média foi de 19,9.    

Apesar do crescimento estratosférico, o Acre é o Estado da região Norte com a segunda menor taxa de homicídios. Tocantins apresenta o menor número, com 16,5 mortos para 100 mil pessoas. O Pará é o campeão do ranking, com 30,1 óbitos ocasionados pela criminalidade para um total de 100 mil paraenses. 

No Acre, as maiores vítimas da violência são os homens.  A taxa de assassinato entre o sexo masculino é de 33,7 para um conjunto de 100 mil habitantes. Com relação às mortes provocadas pelo trânsito, o Estado também tem os menores resultados. A taxa de perda de vidas por atropelamento chega a 14,5 a cada 100 mil acreanos.

Segundo o IBGE, os homicídios causam sérios danos econômicos e sociais pata o país. A pesquisa afirma que a perda de um parente acaba por deixar “sequelas emocionais nas famílias”. O instituto também aponta que os assassinatos provocam elevados custos com a Saúde Pública e aumento de gastos com o controle da criminalidade.

A melhor forma de coibir a violência, mostra o estudo, é investir na prevenção. Entre as medidas está a geração de emprego e renda, além da inclusão dos mais jovens em sistemas educacionais que garantam a eles oportunidades de inserção no mercado de trabalho.

O IDS aponta um dado negativo para o Acre: a taxa de alfabetização em 2008 chegou a 86,2% da população – o índice mais baixo do Norte. Em comparação com 2002, o Acre conseguiu aumentar a alfabetização da sociedade em apenas 2%. 

O Estado também tem a segunda menor taxa de escolarização entre os jovens de 18 e 19 anos. O percentual dessa faixa etária escolarizada é de 42%; a média do Norte é de 51%.

 

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