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Acre tem um dos setembros mais quentes e secos da história

Os dias de setembro quente e de elevadas temperaturas têm deixado as autoridades ambientais do Acre em sinal de alerta. Considerado o mês de transição do ‘verão’ para o ‘inverno’ amazônico, setembro é o período em que começam as primeiras chuvas, amenizando o forte calor e reduzindo as possibilidades de grandes incêndios.

Mas não é isso que tem acontecido neste ano. As poucas chuvas que têm caído não são suficientes para reduzir os impactos da estiagem. Segundo os últimos dados oficiais do governo, colhidos entre os dias 21 e 25, foram registrados 905 focos de calor em todo Estado.

Em período igual do ano passado, a quantidade de focos foi de 53; um aumento de mais de 1.600%. Somente na sexta-feira passada, os satélites detectaram 186 focos. Outra diferença do atual para o ano passado é nas temperaturas. Em setembro de 2009, os termômetros registravam uma máxima de 32o. Agora a média ultrapassa os 37o e 38o.

O tempo seco, aliado à baixa umidade relativa do ar e a fumaça das queimadas, formam uma mistura maléfica que tem levado centenas aos hospitais. O dado mais recente da Secretaria de Saúde revela que um total de 590 pessoas foram internadas por doenças relacionadas às condições climáticas desfavoráveis. 

Na manhã de ontem, representantes de várias secretarias se reuniram para debater a problemática do clima. O local do encontro foi a Seaprof, a secretaria que trata da assistência técnica aos produtores rurais. É no campo onde se concentra a grande maioria dos focos de incêndios.

A principal razão para isso é o uso do fogo pelas famílias da zona rural como instrumento de limpar a área de pastagem ou cultivo. O tempo seco tem feito com que pequenos incêndios como esses criem proporções fora de controle. Para substituir o fogo, a Seaprof capacita produtores para que adotem métodos limpos de trato do solo.

“Nós temos muitas alternativas para que o produtor rural deixe de usar o fogo e que são implantadas com sucesso em muitas comunidades”, diz Ronei Santana, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural. 

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