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Binho inspeciona obras de condomínio no Beco da Pista

De um amontoado de casebres a um condomínio com casas, rede de água e esgoto e projetos de inclusão social, geração de trabalho e renda.

O Beco da Pista, no bairro da Sobral, era o retrato mais fiel da mistura de ocupação desordenada e omissão do poder público, e hoje recebe investimentos de cerca de R$ 5 milhões na construção de 120 unidades de habitação, sendo 24 do modelo conjugada térrea (42 m²) e 96 geminadas com dois pavimentos (43,20 m²) que substituem as antigas palafitas ligadas por trapiches em uma área de 12.905,27 m².

São casas com dois dormitórios, sala e cozinha, que oferecem condições dignas de moradia, com mais qualidade de vida. “Tudo aqui foi feito em parceria com a comunidade. A cidade de Rio Branco tem vários becos como esse, e a boa notícia é que boa parte deles estão acabando e sendo transformado em lugares adequados e bonitos como este”, disse o governador durante a apresentação do projeto a jornalistas, moradores e gestores públicos.

Estiveram presentes os secretários Gilberto Siqueira, do Planjemanento e Habitação; Marcos Alexandre, diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Aeroportuária do Acre (Deracre); Anibal Diniz (Comunicação Social) e Laura Okamura, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento para Segurança Social (SEDDS).

O conjunto será um condomínio fechado, construído exclusivamente para abrigar as mesmas famílias que viviam ali no tempo das moradias precárias. Toda área terá corredores arborizados e com bancos de madeira. Enquanto as casas são construídas, as famílias moram de aluguel nas proximidades. O

custo da locação é pago pelo Governo do Estado através do programa de Bolsa Moradia Temporária. Os moradores escolheram o lugar onde viver provisoriamente. Sobretudo, definiram detalhes do projeto.

O velho Beco da Pista é abrigo da experiência que está sendo coordenado por várias secretarias de Estado e avaliado nacionalmente pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

O condomínio deve chamar-se Comunidade da Esperança, nome aprovado pelos próprios moradores, assim como a decisão de viverem no mesmo lugar.

Há alguns meses, o governador Binho Marques visitou o local acompanhado da líder comunitária Francisca Marinheiro, e reuniu-se com os moradores, firmando o compromisso de que a situação seria avaliada. Para Binho Marques, o advento desse condomínio serve de modelo para outros projetos, já que a capital possui vários becos em condições semelhantes.  Pior de tudo era a discriminação, diz líder da comunidade.

As 120 moradias ocupam oito quadras, sendo que as duas primeiras abrigam as casas térreas conjugadas. Assim, famílias que tiverem pessoas portadoras de necessidades especiais (idosos, cadeirantes, portadores de doenças crônicas) são os que estarão mais próximos da rua.

Para estes, as casas são adaptadas com rampas e demais equipamentos de acessibilidade.  As ruas do condomínio serão asfaltadas e arborizadas. Sob as árvores, bancos para descanso e lazer nos finais de tarde. 

“O pior de tudo era a discriminação”, lamentou o líder comunitário Celcimar. “Nos viam como gente de outro mundo”, completou, lembrando que tanto lojas quanto instituições públicas ou particulares tinham receio de entrar no Beco da Pista. “Com o condomínio, o tratamento será outro”.
 
Todas as famílias estão no CADÚnico
A SEDSS identificou várias potencialidades produtivas, como hortas comunitárias, viveiros de plantas ornamentais, viveiro de mudas e oficina de recuperação de móveis.

Para a inclusão em programas socioprotetivos foram adotadas várias medidas como a realização de diagnóstico social de cada família, identificação das demandas de educação, saúde e documentação civil; confecção de documentos pessoais; inserção em benefícios de prestação continuada como o Bolsa Família, Projovem Adolescente e Idosos e Deficientes; concessão de benefícios eventuais como cesta básica, kit bebê, colchões, móveis, bolsa habitação e outros.

“Quando chegamos aqui, eram somente quinze os participantes do CADÚnico. Hoje, são todas as famílias”, informou Laura Okamura, titular da SEDSS. O advento do condomínio exige a construção de um regimento interno, que fixará normas e regras de convivência.

O diagnóstico da SEDSS mostrou que 25% dos moradores estão na faixa etária dos 30 aos 64 anos e 24% entre 18 e 29 anos. 18% são crianças e 15%, adolescentes. Trata-se, portanto, de uma população jovem. Há 11 pessoas portadoras de algum tipo de limitação física ou mental. (Agência Acre)

 

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