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Levantamento sobre falta de médicos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste deve ser concluído em 90 dias

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, instalou hoje (15) um grupo de trabalho para tentar identificar os problemas que ocasionam a falta de médicos, dentistas e enfermeiros, principalmente, em municípios mais pobres das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste. O grupo terá 90 dias para fazer esse levantamento.

Uma das ideias que poderão ser propostas pelo grupo é a criação de uma carreira nacional para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

O secretário de Gestão do Trabalho e Educação e Saúde do Ministério da Saúde, Francisco Campos, explicou que, muitas vezes, nem mesmo altos salários, em torno de R$ 20 mil oferecidos pelos prefeitos, são capazes de atrais esses profissionais.

“Existe, primeiro, uma diversidade de tamanho de municípios, às vezes, uma concentração de pobreza, desassistência, e os médicos, enfermeiros e dentistas procuram melhores condições de trabalho. Muitas vezes, esses municípios são mesmo muito remotos. O mundo inteiro enfrenta esse problema, não é só o Brasil, e temos que ter incentivos adicionais, além do salarial, que é muito importante, mas não é suficiente para levar esses profissionais para essas áreas.”

De acordo com o ministério, cerca de mil cidades no Norte, Nordeste e no Centro-Oeste têm dificuldade em alcançar a meta do programa Saúde da Família de um médico para cada 3 mil habitantes.

“A gente identifica que devemos ter quase mil municípios na lista dos que tem menos de um médico, com contrato de 40 horas semanais, para 3 mil habitantes, que é o que preconiza o programa Saúde da Família. Uns mais escassos, outros menos. Poderíamos ter 500 localidades onde haveria necessidade dessa carreira do SUS.”

O secretário ressaltou que o ministério não pretende substituir a gestão feita pelos municípios, mas atuar de forma a complementar a assistência à saúde oferecida à população local.

“Hoje, o Ministério da Saúde faz um repasse para o município que contrata esses profissionais. O ministério poderia, em vez de repassar o recurso, repassar o contrato dos profissionais para eles irem trabalhar nos municípios”, explicou Campos. (Agência Brasil)

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