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Ministro assume tratamento integral dos contaminados do DDT

O Ministério da Saúde assumirá todo o tratamento dos 380 ex-guardas da Sucam acreanos contaminados pelos inseticidas DDT e Malathion.  A informação foi dada pessoalmente pelo próprio ministro José Gomes Temporão, num telefonema feito por ele ao presidente da Associação DDT pela Vida, Aldo Moura, na tarde desta quarta-feira (29).

“Enquanto eu estiver aqui, haverá atenção e recursos para resgatar a dignidade destas famílias”, disse o ministro. “Fiquei surpreso com a ligação, e esperançoso ao mesmo tempo. Estamos todos mais tranqüilos agora”, reagiu Aldo Moura.

Ele lembra que a boa notícia é resultado de um apelo pessoal por “ajuda política e humanitária” aos pacientes, feito pela deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) ao ministro, dois meses atrás. A intervenção da deputada provocou a vinda ao Acre de Hamilton dos Santos, chefe do Serviço de Vigilância em Saúde do MS.

Um relatório assinado por ele fez o ministro tratar o caso como prioridade total, considerando o estado de quase invalidez dos contaminados em Rio Branco e em várias cidades acreanas. Por telefone, a deputada, que está no Juruá, comemorou a decisão do MS de “descentralizar decisões e assumir como sua esta responsabilidade”.

Todos os pacientes apresentam no organismo teores do veneno acima do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Seu estado clínico varia de grave a muito grave, com seqüelas consideradas irreversíveis na maioria dos casos.

Em 10 anos, 73 deles morreram em decorrência de problemas neurológicos, respiratórios, dermatológicos, dentre outros.

O presidente da associação no Acre aceitou o convite feito pelo ministro para participar do Encontro Nacional da Saúde do Trabalhador, que ocorrerá em Brasília nos dias 13, 14 e 15 próximos. De lá, sairá o compromisso do ministério para garantir, no Acre, assistência médica, psicológica e social aos pacientes. 

Os pacientes já foram examinados pelos laboratórios Adolfo Lutz e Carlos Chagas, por força de ordem judicial gerada por uma ação do Ministério Público Federal e pressões políticas também exercidas junto ao Ministério da Previdência Social pela deputada Perpétua Almeida. Ela vê mais próxima a aprovação do projeto de sua autoria que obriga a União a indenizar as vítimas em R$ 100 mil.  A proposta já passou com louvor na maioria das comissões da Câmara Federal.

O Acre é o estado mais avançado no diagnóstico e tratamento destas pessoas. Porém, o maior número de mortes está no Rio de Janeiro, de onde o gabinete da deputada em Brasília recebe inúmeros pedidos de apoio político.

Há cerca de 12 meses, o governo acreano disponibiliza profissionais para interpretar o teor de contaminação e encaminhar os ex-combatentes da malária a tratamentos emergenciais.  Neste ano, o número de mortes caiu 70% em relação a 2009, informou Aldo Moura.

A idéia é ampliar o atendimento, com a destinação de mais profissionais, numa ala da Fundache onde os pacientes já são atendidos. O ministro concorda ser justa a indenização proposta pela deputada Perpétua Almeida, e acredita na aprovação do projeto no Congresso Nacional. “Não é certo procurarmos mais culpados. A questão agora é humanitária”, destacou ele. (Assessoria)

 

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