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Prefeitura de Rio Branco assegura educação aos alunos da zona rural

Conceição Pessoa de Oliveira, 70 anos. Mãe de 11 filhos, avó de 30 netos. Mora desde 1969 no Seringal Oriente, no Km 140 da Estrada Transacreana. Não aprendeu a ler nem a escrever, mas os netos já sabem. Estão todos matriculados na Escola Rural Oriente. No Seringal vivem 180 famí-lias. Até 2005 não havia nenhuma escola na comunidade. A unidade de ensino funciona em um terreno cedido à prefeitura pelo agricultor Gilson Pessoa da Costa, oitavo filho de dona Conceição. Gilson foi um dos que ajudou a construir a escola e diz se sentir muito feliz de ter uma escola perto de casa e de “saber que meu filho já sabe ler e eu nunca tive a chance de aprender”, diz numa mescla de alegria e tristeza.

Ontem pela manhã, 20, o prefeito Raimundo Angelim visitou a comunidade para conhecer a escola onde estudam 54 crianças. Acompanhado do secretário municipal de Educação (Seme), Moa-cir Fecury, e de técnicos da Seme; Angelim percorreu o terreno, cumprimentou pais de alunos e professores e falou com as crianças. Durante a visita, os alunos da 2ª série cantaram uma música em homenagem ao prefeito pela nova escola e pelos livros.

“Sabemos que a escola é o único meio de se ter um futuro garantido, um espaço de formação de cidadãos. Não tenho dúvidas que os alunos que aqui permanecerem e prosseguirem em seus estudos terão melhores chances na vida no futuro”, falou Angelim ao alunos. Depois o prefeito foi de cadeira em cadeira, observando os cadernos das crianças. “Você sabe quem é essa senhora aqui?”, disse apontando para dona Conceição. A moça de olhos pequenos e mãos cambaleantes respondeu: “sei, sim! É minha avó!”. Angelim andou mais um pouco e perguntou para outra garotinha: “e você, sabe quem ela é?”. A pequena de voz quase sumida, disse: “é minha avó!”. O prefeito não resistiu e perguntou para a sala, “quantos de vocês são netos da dona Conceição?”. As vinte crianças levantaram a mão.

A professora Marinete Silva da Mata ressaltou que a auto-estima das crianças foi fortalecida. “Uma escola é muito importante em qualquer lugar e representa um grande avanço na melhoria da qualidade de vida das crianças e dos moradores”, ressaltou.

“Eu puxo a onça pelo rabo!”

Alessandro da Silva Ferreira tem 15 anos. Mora no Ramal Samaúma, no Seringal Oriente. Todos os dias acorda às 5h para chegar à escola no horário. Gasta em média duas horas e meia no percurso. “Acordo bem cedo, pego minha lanterna e vou focando pelo caminho. À tarde, a gente sai da escola umas 12h15 e vou chegar em casa lá pelas duas horas”, conta. O secretário Moacir Fecury pergunta aos alunos: “Mas vocês não têm medo de onça não?”. Cristiano Alves do Nascimento responde com ar de piada, à moda dos melhores pescadores: “eu não tenho medo não, eu puxo a onça pelo rabo e jogo ela no chão! Quero ver ela se soltar”.
 
Transporte
Durante a visita, o prefeito Raimundo Angelim e o secretário municipal de Educação, Moacir Fecury, anunciaram a contratação de um caminhão para fazer o transporte em caráter emergencial dos alunos, de casa até a escola. Todos os estudantes que moram no Ramal Oriente e Samaúma terão a partir de agora transporte assegurado. “Com o transporte queremos garantir aos estudantes da zona rural mais segurança, comodidade e bem-estar no caminho para a escola”, ressaltou Fecury.

 Valorização da educação
 O prefeito Raimundo Angelim ressaltou que os investimentos feitos na educação do município de Rio Branco são feitos de forma matricial e integrada. “Para nós da prefeitura, uma criança da zona rural tem o mesmo valor de uma criança da zona urbana. Isso se deve à união de esforços da Prefeitura e do Governo do Estado, por meio do Pacto pela educação”, ressaltou Angelim.

 Pacto pela educação
O Pacto pela Educação firmado em 2007 entre a prefeitura de Rio Branco e o Governo do Estado deu certo e trouxe resultados muito positivos para a Capital. O programa denominado Matrícula Cidadã, por exemplo, é resultado dessa parceria e acabou com as filas de matrícula na porta das escolas.
O sistema de gestão compartilhada foi apresentado em maio de 2007 em Buenos Aires em conferência internacional promovida pela Unesco e elevou consideravelmente a qualidade do ensino na Capital acreana, que passou a figurar entre as 37 cidades brasileiras de melhor índice de alfabetização. Para efeito de comparação, o país possui 5.563 cidades.

Trata-se de um conjunto de compromissos que estão sendo reafirmados através do regime de colaboração previsto na Lei de Diretrizes Básicas (LDB). Essa implementação enfrenta obstáculos em todo o País. A exceção é o Acre, onde união só prosperou. (Ascom PMRB)

 

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