A Prefeitura de Rio Branco mantém fortes investimentos na agricultura familiar da Capital. Desde 2005, o município vem intensificando suas ações no interior com a aplicação dos recursos do Processo de Gestão Participativo Rural (PGP). Um dos aspectos mais relevantes do PGP Rural é a autonomia que a comunidade tem para definir onde e como serão investidos os recursos.
Na terça-feira pela manhã, técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura e Floresta (Safra); o presidente do Sindicato dos Extrativistas e Trabalhadores Assemelhados de Rio Branco (Simpasa), Raimundo Souza da Silva e agricultores foram conferir as ações de destoca e gradagem que estão sendo executadas no Ramal da União, na Associação de produtores rurais Seracre, no km 8 da Estrada Transacreana.
Segundo explicou o diretor do Departamento de Agrope-cuária e Extrativismo da Safra, Jorge Rebouças, foram realizadas reuniões com representantes da Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre (Fetacre), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), dos Sindicatos Rurais e do Simpasa, que apontaram a aragem, a destoca e a gradagem como elementos essenciais para o incremento e fortalecimento da agricultura familiar nas comunidades.
No ramal da União, por exemplo, a Prefeitura de Rio Branco mantém cinco equipes executando o trabalho de destoca e gradagem nas áreas dos agricultores. A medida visa combater uma prática bastante comum entre os pequenos produtores rurais nesta época do ano, que é a queima das áreas para o plantio. Outro objetivo da mecanização agrícola é elevar de forma sustentável a produção de alimentos, buscando a auto-suficiência e a produção de excedentes para a comercialização, bem como, reduzir o desmatamento e o uso do fogo nas três regionais rurais do município de Rio Branco.
Do total de área mecanizada, 59,21% localizam-se em projetos de assentamentos, 21,22% localizam-se em pólos agroflorestais e os outros 19,57% estão localizadas na faixa do Cinturão Verde do município de Rio Branco.
Casas de farinha
Além dos investimentos em maquinários e equipamentos, os produtores do pólo Benfica e da Associação de produtores rurais Seracre contam com as casas de farinha. A iniciativa consiste em ações de substituição de casas de farinha tradicionais por casas modernas, mais confortáveis para o trabalhador, com condições de higiene, além de fornecer aos produtores uma visão de comércio mais organizada e capaz de atender às exigências de mercado. O Governo do Estado é o responsável pela execução do projeto, por meio da Seaprof.
Produtores agradecem investimentos
Para o agricultor José Abelardo Barelo de Lima, da Associação de produtores rurais Seracre, houve uma mudança radical. O trabalho que antes era feito em uma ou duas semanas, agora é feito em poucas horas. “Eu estava há três anos sem produzir nada. O solo estava desgastado e eu não dispunha de trator para arar a terra”, conta Abelardo, enquanto observa a máquina da prefeitura retirando os tocos e fazendo a gradagem do solo. “Com a terra pronta e limpa, quero plantar aqui mandioca e melancia. Depois vou plantar milho também”, declarou o agricultor.
Outro que está entusiasmado com o trabalho é o presidente da Associação de produtores rurais Seracre, Raimundo Soares de Almeida, mais conhecido como “seu Amazonas”. Ele conta que morou algum tempo na cidade, foi carpinteiro, vendedor; mas diz que não se habitua à cidade: “sou bicho do mato, meu filho”, comenta. “Antes eu fazia tudo por aqui: roçava, ‘coivarava’ e depois preparava a terra para o plantio. Era um trabalho duro e demorado. Hoje está bem melhor com a ajuda da prefeitura”, fala, mostrando a área onde pretende plantar milho, mandioca e arroz.
Para o presidente do Simpasa, Raimundo Souza da Silva, “o incentivo da Prefeitura de Rio Branco é de fundamental importância para a manutenção do homem do campo no campo. Esses investimentos representam para nós a garantia da produção e do fortalecimento da cadeia produtiva”, destacou. (Ascom PMRB)
