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Prefeitura já reorganiza ações maiores e pede que população tampe caixas d’ água

Atenta ao grave quadro epidemiológico que a dengue pode atingir durante  ‘inverno’ de 2011, a Secretaria de Saúde de Rio Branco, por meio de sua Vigilância Epidemiológica (Dvea), já começou a programar a execução das ações ampliadas de combate à doença. Como desde a última epidemia (janeiro a março) tal trabalho manteve-se intensificado, a atual fase da prefeitura é chamada de ‘remobilização social’, que consiste em reforçar campanhas preventivas, engajar escolas e juntar esforços com outras entidades públicas.

De fato, um pacote de ações a mais já começou ser implantado na Capital, como blitzen em bairros de alto índice de infestação, atividades em escolas e notificações de terrenos baldios e de casas com caixas d’águas destampadas/piscinas não tratadas. Na próxima semana, o Dvea começa a reunir órgãos e secretarias para dar início a ações conjuntas, como a Semsur (limpeza pública), Seme (conscientização escolar), Semeia, entre outras.

A preocupação municipal não é para menos! Apesar de todo o esforço do poder público e das quedas semanais, o Aedes aegypti (vetor da doença) ainda continua vitimando um número relativamente alto de rio-branquenses para esta época de estiagem. Na semana passada (36ª epidemiológica: de 5 a 11 de setembro), foram 181 notificações, enquanto que valores normais seriam abaixo de 50 casos. Com isso, o acumulado de notas para a dengue neste ano já encosta na casa dos 27 mil (alta de 39% em relação a 2009).

De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Janilson Leite Lopes, o principal – e quase que único – motivo para a cidade ainda estar com um valor tão alto de incidências é por conta de suas caixas d’águas destampadas. Para basear sua afirmação, Janilson apresenta dados do Dvea de que quase 11% do total de casas de Rio Branco hospedavam criadouros do mosquito no início deste ano. Destes focos, cerca de 70% concentrava-se só nas caixas d’água. Tal valor subiu para 90,9% no fim de agosto.

“Atualmente, desenvolvemos uma série de ações que tiveram início desde janeiro. Entre elas, constam-se a visita de 200 agentes de Endemias às casas da cidade, de 460 agentes comunitários de saúde, circulação diária de 26 carros, aplicação de 1.205 l de inseticida por mês, além de somas incalculáveis na assistência a doentes. Contudo, a dengue ainda continua resistindo no ‘verão’ por causa de tantas caixas d’água destampadas. Portanto, é preciso insistir para que a população feche sempre tais recipientes”, cobrou o médico.

Caso o mosquito da dengue siga achando seu portal de entrada para uma nova epidemia em 2011 nas caixas d’água, é bem provável que o número de casos não só cresça numa proporção descontrolada, mas também se torne mais suscetível a estágios hemorrágicos e/ou com complicações. Para tentar remediar o problema, a prefeitura estuda a produção de tampas para lacrar os depósitos d’água que não forem fechados pelos moradores.

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