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Professores e alunos protestam em defesa de leis institucionais e autonomia da Ufac

Um grupo de professores, técnicos-administrativos e de acadêmicos promoveu ontem, a partir das 8h, na entrada da Universidade Federal do Acre, um ato conjunto de protestos. Eles reivindicaram o resgate de princípios básicos ao bom funcionamento de faculdades públicas como a Ufac, tais como a ‘legalidade institucional’ e ‘autonomia universitária’. Cerca de 40 pessoas participaram da paralisação de 24h e que foi de caráter de alerta, ou seja, pode desencadear movimentos mais sérios no futuro caso não se busque soluções.

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O manifesto foi organizado por meio da Adufac (Associação/Sindicato dos Docentes da Ufac), juntamente com o apoio de grupos estudantis da faculdade em questão. Por conta da iniciativa grevista, as aulas de alguns cursos do local foram interrompidas ontem. 

Com cartazes e faixas imensas de ‘queremos uma Ufac bem mais justa e democrática’, o grupo incitou que a atual reitoria não estaria respeitando decisões colegiadas (internas) da universidade. Além disso, os gestores supostamente já teriam tomado várias decisões sem consultar a opinião destes colégios institucionais menores (mas não menos importantes), ou sequer da própria comunidade acadêmica em geral. Tais desacordos (ou ‘desrespeitos’, como preferiram chamar) provocaram o ato de protestos de ontem.

De acordo com Gerson Albuquerque, professor aliado à Adufac,o protesto acabou sendo a reação natural ao que ele denomina de situação ‘precarizada’ da Ufac, propiciada pela forma ‘abusiva’ à qual a faculdade está sendo conduzida. Segundo o docente, como toda universidade federal, a Ufac deve ser regida por 3 instâncias: o Conselho Universitário (maior deliberador: reitores), a Assembléia de Centros (maior executar de decisões) e os Colegiados de Cursos (ouvidor das demandas estudantis: professores e coordenadores).

“Mas nada disso acontece. A reitoria que compõe hoje o quadro do Consu não aceita as decisões dos colegiados que lhe são contrárias e ainda determina coisas sem apreciação de professores. Isso não pode acontecer. É institucionalmente ilegal. Mesmo menores, os colegiados têm de participar, pois são como um parlamento que leva a voz dos alunos às deliberações. Portanto, este é um ato em prol da regularização interna na Ufac”, alegou.

Mais cursos, mais estrutura – Ainda a respeito da ‘autonomia violada’, Gerson citou a criação de mais cursos na Ufac nos últimos anos sem a devida adequação estrutural para suportar tal crescimento. Assim, muitos foram abandonados, em valorização de outros.

“O que temos aqui hoje são salas de aulas e laboratórios precários, sem professores para lecionar. Isso porque decidiram que seriam oferecidos mais cursos e, conseqüentemente, mais vagas para alunos, mas não se atentaram para o fato de que tais coisas exigem mais contratações, obras, manutenção e recursos. Resultado: cursos desestruturados”, pregou ele.

O outro lado – A reitoria da Ufac não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas desde que começou a aumentar quantidade de cursos tais gestores, em especial a reitora Olinda Batista, sempre defenderam a correção gradativa dos problemas que viessem a surgir desta alta demanda. Para tal objetivo, a reitoria veio apostando na execução plena de gestões cada vez mais participativas, a fim de se encontrar soluções viáveis às falhas de cada curso. Para tanto, o Consu faz reuniões internas todos os meses e, de vez em quando, ainda promove seminá-rios com o intuito de coletar sugestões de melhorias.

 

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