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Reforço de 600 soldados da PM reduz em 32% o número de roubos em Rio Branco

Trinta dias após a formatura já é possível sentir o impacto da presença nas ruas do novo efetivo da Polícia Militar integrado a várias outras ações de combate à criminalidade
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O dia 25 de agosto foi especialmente marcante para a Polícia Militar e o sistema de segurança pública do Acre com a incorporação de 600 novos soldados. Um mês depois, são perceptíveis os efeitos da presença mais ostensiva –os chamados policiamento de proximidade –na vida da população.

Policiais patrulhando parques e ciclovias em bicicletas ou a pé são agora rotina em regiões como a Via Chico Mendes, nos arredores do estádio Arena da Floresta, o Calçadão da Gameleira e o Parque da Maternidade. Essa modalidade será ampliada.  As visitas solidárias às vítimas de violência doméstica ocorrem principalmente nos bairros de maior ocorrência na 2ª e 3ª regionais.

Os efeitos são realmente visíveis: comparando-se o período de 25 dias de setembro com igual período de agosto os roubos, que são a modalidade de crime que mais afligem a população, caíram 32,11%. E a tendência é de que os dados sejam menores ainda no próximo período, uma vez que vários dos infratores contumazes foram presos nas últimas operações policiais.

Antes da incorporação dos novos policiais, outras medidas foram adotadas e derem resultados positivos: contratação de mais policiais, compra de equipamentos, a implantação do banco de horas, o que tem permitido maior número de agentes nas ruas.  A unificação do banco de dados entre Polícia Militar, Departamento Estadual de Trânsito, Polícia Civil, trouxeram  padronização do atendimento e dos procedimentos da PM, facilitaram o  acesso da população ao serviço de segurança.

Essa base se denomina Sistema de Informação e Gestão Operacional (Sigo), software que permite criar e  organizar bando de dados,  padronizar e agilizar ações e procedimentos de enfrentamento à violência. As polícias se integraram e passou-se a atuar muito mais com inteligência e otimização de recursos.

O Acre é o primeiro Estado a contar com academia de formação policia de base curricular integrada, e mantém com o Ministério Público um grupo de trabalho para identificar e agilizar processos relacionados ao crime contumaz. Em um estudo de caso, a secretária Marcia Regina tomou o exemplo de Admilson Martins da Silva, que com apenas 21 anos de idade responde a 12 processos. Devido à questões da lei, Admilson não fica muito tempo na cadeia e quando sai comete novos crimes.  No decorrer de trinta dias, ele praticou onze roubos. Com as novas metodologias e medidas, Admilson deverá ser condenado pela série de crimes sem que nenhum seja extinto e assim passará mais tempo atrás das grades.

Telefone comunitário facilita contato com ronda do bairro
A dupla de policias que atua em determinada área distribui cartões de visitas aos comerciantes e moradores para facilitar o contato e repasse de informações para polícia.  “Estamos consolidando este modelo de política, que se coaduna com tudo o que há de mais avançado em instituto de segurança pública”, avaliou a secretária de Segurança do Acre, Marcia Regina.

Além de tudo, o novo efetivo reformou o policiamento escolar. O número de policiais saltou de 32 para 44 e eles contam com telefone comunitário para que diretores, pais e alunos possam fazer contato em caso de alguma ocorrência. “Estamos nos sentido bem com esse trabalho”, disseram Bruno Távora e Érika Gomes, soldados recém-incorporados.  A dupla conversou com Joel Vaz, gerente da Tonin Soldas, empresa localizada no bairro do Bosque, em Rio Branco. “Tivemos diálogo e a gente fica agradecido. Aumenta nossa sensação de segurança”, disse Vaz.

Enfermeira ressalta atendimento dos novos policiais
No dia 13 de setembro, uma segunda-feira,  a enfermeira Alda Gomes recebeu em sua casa policiais militares que portavam a bolsa de sua irmã, Bernadete. Alda ficou assustada quando soube que a bolsa havia sido encontrada em mãos de um casal abordado em atitude suspeita no Parque da Maternidade, e gostou de saber que através do documento do veículo onde se encontrava a bolsa, os policiais localizaram o endereço de Alda. “A Hilux da minha irmã está no meu nome”, contou.

Convidada para uma cerimônia de casamento na Diocese de Rio Branco, Bernadete estacionou a picape nas proximidades da igreja, no centro da capital. Na volta, percebeu que o vidro do carro havia sido quebrado e a bolsa, contendo dinheiro e documentos, roubada.  Bernadete procurou a delegacia de polícia, onde registrou boletim de ocorrência. Pouco tempo depois, a bolsa foi recuperada.

No dia seguinte, a própria Alda Gomes acabou sendo vítima dos larápios mas obteve da polícia  resposta tão rápida e eficiente quanto no caso de sua irmã. “Estávamos eu e minha amiga em carro, no sinal de um cruzamento da rua Rio Grande do Sul, quando um rapaz pediu dinheiro para nós. Disse que não tinha trocado e ele colocou a cabeça dentro do veículo, viu que só tinha mulher e pegou minha bolsa”, contou Alda, frisando a luta que manteve para não deixar o malandro levar a bolsa. “Infelizmente, não consegui segurar”, disse.

Alda acionou a Polícia Militar, cuja viatura passou por elas  poucos minutos depois da ocorrência. Os PMs empreenderam uma busca pela região do Papouco e acabaram encontrando a bolsa em cerca de dez minutos, feito que deixou Alda surpresa. O ladrão conseguiu fugir mas nada levou.

“Minha amiga estava muito nervosa e os policiais a levaram para casa”, relata.  “Nessas situações que vivi, sentimos alento com o trabalho da PM. Vimos que temos com quem contar”, afirmou, agradecendo à ação eficiente dos policiais nos dois episódios.  Formada pela Universidade Federal do Acre, Alda é cadeirante e conta com a amiga para dirigir o carro que a leva e traz do serviço, no departamento de DST/Aids da Secretaria de Saúde.

Com novo efetivo, muito mais estratégia e proximidade
Sobretudo, o Comando Geral da PM teve instrumentos para adotar série de medidas visando a aumentar a sensação de segurança, como a implantação em todas as regionais dos grupamentos Águia, Tático, Escolar e do Programa de Erradicação das Drogas  (Proerd); intensificação do policiamento em áreas comerciais;  distribuição do efetivo ocupando locais estratégicos com observação e intervenção; implantação de bases comunitárias nas escolas Gloria Perez e Berta Vieira e no Box da PM no Tancredo Neves; intensificação das abordagens de desarmamento;  divulgação e utilização  dos telefones comunitários vinculados aos setores de policiamento;  disponibilização de netbooks para as guarnições  de policiamento para consultas on line; operações de abordagens  diárias em todas as regionais; regionalização do trânsito; visitas solidárias às vítimas de crimes violentos, especialmente domésticos;  acompanhamento pela Seção de Inteligência de presidiários beneficiados com progressão de pena e condicional; e reuniões semanais com enfoque na análise criminal e elaboração do plano de ação semanal. (Agência Acre)

DEPOIMENTOS
“Melhorou muito. Temos muito mais sossego” – Cleber Daison Fischer, gerente de farmácia no bairro Tancredo Neves

“Creio que todo mundo achou que está mais seguro por aqui” – Jânio Freire, comerciante no Tancredo Neves

“Estava ruim, fizemos várias reivindicações e agora chegaram os novos PMs. A presença da polícia inibe os bandidos” – Albertino Ferreira Santiago, líder comunitário  do  bairro Tancredo Neves

“Me sinto bem mais segura” – Antônia Silva de Souza, dona de casa

“Aumenta nossa sensação de segurança” – Joel Vaz, gerente de loja no Bosque

“Agora, graças a Deus, tem policial todo dia” – Creuza Nascimento,  comerciante na Vila Acre

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