O secretário-geral do Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho no Estado do Acre (Sindtest/AC), Sérgio Antônio da Silva Carneiro, emitiu alerta ao Ministério Público Federal do Trabalho (MPT) e a Superintendência Regional do Trabalho no Acre (SRT/AC) sobre a grande incidência de acidentes trabalhistas nos frigoríficos do Estado.
Segundo ele, a maioria dos servidores que atua no setor já sofreu queimaduras de terceiro grau, em virtude da norma sanitária que exige a esterilização dos equipamentos do trabalho. Ao lidar com a água quente – utilizada na esterilização – sem os equipamentos de proteção individual os operários acabam se queimando.
De acordo com Sérgio Antônio, não existem indicadores oficiais acerca da problemática, mas como técnico de Segurança no Trabalho, ele teve a oportunidade de conhecer essa realidade de perto, e pode afirmar que a situação é gravíssima.
Em ofício encaminhado às autoridades responsáveis por zelar pela saúde e a segurança do trabalhador, ele denunciou uma empresa onde foi vítima, inclusive, de assédio moral para expedir certificados da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA) sem o devido treinamento.
No documento, ele relata ainda que os riscos estão presentes desde o abate até a retirada do couro do animal. Uma situação que preocupa o sindicalista é a exposição aos produtos químicos utilizados no setor de curtume, local onde se processa o couro cru.
“São tantas as irregularidades que acredito que a Mais Valia ainda dita as regras. Na ânsia de produzir mais para agradar o patrão, o trabalhador acaba se submetendo a condições subumanas de trabalho”, observa.
A queixa feita por Antônio ao MPT e a SRT diz respeito especificamente a uma empresa, todavia, ele acredita que situação semelhante ocorra em outros estabelecimentos. O sindicalista cobra maior rigor na fiscalização e a implantação de políticas públicas para disciplinar o setor.
“Acredito na Justiça e nos órgãos fiscalizadores. Estou denunciando essa situação e me coloco à disposição para acompanhar in loco se for o caso”, finaliza.
