Às vésperas da resposta da Fenaban para a proposta salarial de 11% em reajuste aos servidores, a presidenta do Sindicato dos Bancários do Acre (Sindban), Elmira Farias, denunciou que servidores de agências bancárias do interior do Estado estariam recebendo ordens para transportar altas quantias em dinheiro – em torno de até R$ 12 mil – sem a devida segurança. O ato seria uma alternativa de transporte mais barata aos cofres dos bancos, poupando-os de pagar por serviços de empresas especializadas.
A denúncia foi feita na última segunda-feira, 20, em entrevista à rádio GAZETA FM 93,3, no quadro Boca no Microfone, do programa Toque & Retoque. De acordo com Elmira Farias, tal prática seria motivada pela ‘ganância sem limites’ de empresários/ patronos do setor. Ela também conta que um episódio semelhante aconteceu na metade deste ano, numa agência bancária da Capital, que foi flagrada pela Polícia Federal e multada. Já estes supostos novos casos seriam restritos ao interior.
Como se trata de risco altíssimo à vida dos trabalhadores (assalto, latrocínio, seqüestro, etc), ressalta-se que tal tipo de transporte é considerado ilegal. Em função disso, Elmira conta que o Sindban está investigando melhor para adquirir provas concretas suficientes e formalizar o pedido de intervenção junto ao MPE e para a PF, como foi feito antes.
“Estamos em cima destes casos, mas sabemos que outros afins podem surgir. Por isso, peço aos bancários que receberem ordens assim que as denunciem ao sindicato”, apela.
Além do transporte inadequado de valores, a sindicalista também acusou outros grandes males que os bancários sofrem na sua saúde física/psicológica e dignidade moral. Como exemplos, ela cita o alto índice de assédio sexual/moral que tais servidores são vítimas e as ‘metas abusivas’ que bancos impõem a seus funcionários (que geram síndrome do pânico, desvalorização profissional, stress, humilhação, ambiente ruim de trabalho, etc).
Paralisação – Para reforçar adesão à campanha sindical em prol de melhores salários, os bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) fizeram ontem de manhã, das 9 às 10h, na Agência Central, uma grande paralisação de alerta. O objetivo do ato foi mostrar a força da luta no Acre, retardando em quase uma hora o início das atividades diárias do banco.