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Sindtest cobra mais rigor na apuração de mortes em obras de construtora

A presidente do Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho no Estado do Acre (Sindtest/AC), Maria José Souza Lima, lamentou ontem (15) que a morte de um operário por acidente de trabalho na ponte do Rio Purus, na BR-364, no mês de agosto, só tenha vindo a público no início desta semana, a quase um mês da ocorrência.

Maria José cobra maior vigilância acerca do descumprimento das normas de segurança no trabalho nas obras que estão sendo realizadas no Estado e desabafa: “infelizmente essas obras estão saindo muito caras, não de recursos, mas de vida humana”. Só em construção de pontes, sob a responsabilidade da Construtora Cidade, essa é a quarta vítima registrada nos últimos quatro anos, duas delas no ano passado.

A sindicalista olha com estranheza o fato de um caso grave, como o registrado no Rio Purus, ainda não está sob apuração das autoridades competentes e da empresa responsável pela obra, apesar de reincidente, continuar abocanhando todas as grandes construções do gênero no Estado. “É um caso grave que não pode ficar impune”, protesta.

O caso ao que Maria José se refere é do operário Walcemir Félix Brandão, 39 anos, morto por descarga elétrica enquanto trabalhava na ponte do Rio Purus, na BR-364, a 15 Km do município de Manoel Urbano, conforme foi mostrado na edição de ontem desta GAZETA. A ocorrência chegou ao conhecimento da socie-dade através do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, José Aldemar.

Aldemar promete protocolar um pedido de investigação perante o Ministério Público do Trabalho (MPT) ainda esta semana, haja vista os fortes indícios de desrespeito às normas de segurança de trabalho. Há suspeitas de que o operário não portava todos os equipamentos de proteção individual na hora do acidente.

A presidente do Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho também promete bater à porta das autoridades pedindo mais rigor na apuração. Dentre os locais a serem visitados, ela cita o próprio MPT e a Superintendência Regional do Trabalho no Acre. Ela acredita que só mesmo a partir de uma ação conjunta será possível evitar que novas mortes aconteçam.

“Aconteceu à primeira morte, a segunda, a terceira, a quarta e nenhuma providên-cia mais dura foi tomada. Não entendo como essa empresa continua contratando normalmente com o Governo do Estado, sem sequer ser incomodada”, questiona. Maria José se queixa ainda do descumprimento da norma que estabelece a presença de técnicos de segurança do trabalho nas empresas, algo essencial, segundo ela, para reverter essa triste realidade.

 

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