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João Correia faz greve de fome em frente ao palácio

O ex-deputado federal e atual candidato do PMDB ao Senado João Correia está em greve de fome “na busca pela verdade e pelo correto funcionamento do Estado Democrático de Direito”. O ato é um protesto pela decisão do Tribunal Regional Eleitoral de considerar desnecessária a realização de perícia na fita que mostra a pancadaria entre ele e o jornalista Demóstenes Nascimento.
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Em agosto, o Brasil e o mundo viu, através do You Tube, a cena da briga entre João Correia e Nascimento, âncora dos programas de entrevista aos candidatos ao Senado realizados pela TV 5, retransmissora da Rede Bandeirantes. O vídeo colocado na internet, segundo o peemedebista, foi editado para que somente ele saísse como o vilão.

Correia quer que a Justiça determine a perícia nas fitas para “que a verdade seja mostrada”. “Esse é um ato em defesa do Estado Democrático de Direito”, declarou. O candidato está concentrado em frente ao Palácio Rio Branco.

Uma tenda branca o protege do sol e do sereno da noite. Ele afirmou que só deixará o local e encerrará a greve de fome quando houver uma decisão judicial favorável. Enquanto a Justiça não se pronuncia, ele passará os próximos dias ali.

Companhia não faltará. Os pedestres, na agitação do dia-a- dia, tiram um tempinho para saber o que se passa. João Correia montou seu acampamento logo cedo. Às 7h30 colocava as bases da tenda, comprada um dia antes na Agro Boi ao preço de R$ 119.

Esta informação, disse ele, é um merchandising para a loja especializada em materiais de construção e utensílios domésticos. João Correia passa o dia sentado numa cadeira de balanço azul, a cor do PMDB. Amarrada nela está uma sacola com as parafernálias de que o grevista necessita.

Entre elas está a pasta e a escova de dente. João Correia garantiu que não usará a água da Fonte Luminosa – a poucos metros de distância – para fazer sua higienização bucal. Na sacolinha também estão os remédios que toma para hipertensão.

João Correia não se esqueceu da vaidade: levou a escova para pentear o cabelo, além do carregador dos dois celulares que mantém sobre a mesa. Logo ao lado está uma caixa térmica com gelo para manter a água mineral em boa temperatura e, assim, refrescar o forte calor de setembro. Para passar o tempo, João Correia mantém como leitura a obra “Humano, demasiado humano”, do alemão Frie-drich Nietzsche.

Ele lê ainda “Origens do Totalitarismo”, de Hannah Arendt. Já para ficar atualizado, o ex-deputado acompanha a edição impressa de A GAZETA. João Correia disse que seu protesto é por tempo indeterminado e “só sai dentro de uma ambulância”.

Esta é a segunda vez que o candidato chega ao extremo de fazer greve de fome. A primeira foi em 2005, quando ainda era deputado federal. João Correia teve seu nome envolvido na investigação da Polícia Federal que apurava a compra superfaturada de ambulâncias, escândalo que ficou conhecido como a “máfia dos sanguessugas”.

À época, ele não aceitava o arquivamento do processo no Conselho de Ética na Câmara dos Deputados que investigava sua possível participação no esquema. João Correia queria que sua inocência fosse provada.

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