Já na sua terceira volta de visitas pelos 22 municípios acreanos desde que era pré-candidato ao Senado, Jorge Viana (PT) passou dois dias em Cruzeiro do Sul, onde participou de uma série de reuniões. Empenhado em mostrar as razões à população acreana para votar nos candidatos da Frente Popular, Jorge Viana, que lideras todas as pesquisas ao Senado, tem acordado de madrugada e dormido muito tarde.
Mas se mostra entusiasmado com a empreitada. “Quanto melhor aparecemos nas pesquisas mais trabalhamos,” afirmou. Numa entrevista exclusiva A GAZETA, o ex-governador comenta a apreensão de dinheiro da candidata a deputada federal Antônia Lúcia (PSC) e as razões da ascensão da presidenciável Dilma Rousseff (PT) no Acre.
Avaliação da jornada
Depois de ficar oito anos sem ser candidato a nada, Jorge Viana, tem acelerado o ritmo da sua campanha ao Senado. “Mesmo com uma legislação eleitoral muito truncada que dá incertezas para o candidato, os eleitores e os juízes a campanha está andando muito bem. No plano nacional há um desespero do Serra (PSDB) querendo atingir o Lula (PT) e a Dilma (PT) inventando factóides e histórias. Mas a população está vacinada. No Acre estamos entrando numa fase que é muito ruim.
O desespero da oposição local mostra gente jogando a toalha e partindo para a ofensa. Não é ataque, mas ofensa para tentar desmoralizar as pes-soas. Espero que a Justiça Eleitoral que tem sido tão rigorosa para bobagens como saber se um cartaz tem dois centímetros a mais seja rigorosa com essas ofensas e agressões que a oposição tem nos feito”, revelou.
Para Jorge Viana o importante é prevalecer à vontade do eleitorado. “Todos os candidato tem a obrigação de serem guardiões da democracia e trabalhar para que a festa seja do eleitor. Mas pelo que estou vendo nos municípios a população está entendendo que o Acre mudou e que ninguém quer por em risco o desenvolvimento que estamos experimentando, as mudanças que vieram e as que estão por vir”, avaliou.
A surpresa
Depois de conversar com eleitores de diferentes categorias profissionais e faixas so-ciais, em Cruzeiro do Sul, Jorge Viana, se surpreendeu com a receptividade no Juruá. “Nós estamos muito bem em Rio Branco, no Vale do Alto Acre e no Purus, mas a novidade é o nosso desempenho no Juruá. Nós nunca tínhamos conseguido uma união tão grande. Acho que a população entendeu o recado da nossa chapa. Porque é o Tião Viana (PT) e o César Messias (PP) que é daqui. Sou eu e o Edvaldo (PCdoB) que é daqui também. A conquista do Juruá já aconteceu. Vim para a Expoacre Juruá e demorei mais de duas para andar um trecho de menos de um quilômetro sendo abraçado e fotografado, o Tião e o Edvaldo a mesma coisa”, relatou.
Jorge Viana explicou os motivos da transformação de tendência eleitoral numa região que sempre votou na oposição. “Acho que o Acre está com-preendendo que é o momento para termos um governador como o Tião Viana que vê a política como a medicina. Atende todo mundo sem olhar quem é e procura ter compromisso em evitar que o mal aconteça. Do mesmo jeito que protege um paciente dele não só procurando curar a dor momentânea, mas trabalhando para que o paciente não adoeça. O Tião quer fazer um governo que cumpra a nossa nova etapa que é a da industrialização. Ele é o nosso remédio para a saúde e vai concluir o trabalho lindo que estamos fazendo na educação. Ele vai ser duro e firme na área de Segurança Pública, mas o Tião vai nos ajudar a trazer a industrialização para todo o Estado para que possamos utilizar com inteligência os recursos florestais com manejo certificado e fábricas para produzir com valor agregado e gerar empregos”, argumentou.
Os ataques da oposição e o dinheiro apreendido
Com o recrudescimento eleitoral os ataques se intensificam. Jorge Viana avaliou o momento: “A oposição precisa explicar a origem do dinheiro apreendido pela Polícia Federal da candidata Antônia Lúcia (PSC) que é da mesma coligação que apóia o Serra, o Bocalom (PSDB), o Petecão (PMN) e o João Correia (PMDB). Afinal é um valor alto de R$ 472 mil que estava vindo de Boca do Acre, no Amazonas. Vi em todas as manchetes de jornais, inclusive, na GAZETA e em outros jornais de circulação nacional. O primeiro grande volume de dinheiro apreendido nessa campanha, infelizmente, estava vindo para o Acre.
Essas respostas precisam ser dadas com urgência ao eleitorado acreano. Eles precisam esclarecer porque ficam choramingando e nos agredindo. Mas o dinheiro milionário que apareceu foi de alguém ligada à campanha deles. Eles estão tendo o direito de explicar e é bom que provem à população a origem desse dinheiro,”questionou.
Para o postulante ao Senado as ofensas devem ser repreendidas pela Justiça Eleitoral para não baixar o nível da campanha. “É lamentável, mas a oposição não teve coragem de indicar candidatos para valer. Colocaram doublés de candidatos majoritários e essas pessoas no desespero com os números das pesquisas não estão atacando, mas ofendendo as pessoas que nos conhecem e sabem do nosso amor e dedicação de servir ao Acre. Nós estamos recorrendo a Justiça. Mas tenho fé em Deus que a população vai dar resposta a essas ofensas que temos sofrido,” ressaltou.
A importância da representação acreana no Senado
A perspectiva da eleição de Tião Viana, segundo Jorge Via na, torna a corrida ao Senado ainda mais importante. “Toda essa infra-estrutura que temos feito é para o Acre se desenvolver com a implantação de um modelo de produção sustentável. O Lula nos ajudou muito com a Dilma, que foi a criadora do PAC. Nós tivemos muita força em Brasília e o Acre não pode perder essa força. A eleição para o Senado não é uma brincadeira, não é para qualquer gaiato vir e enganar a população como já me enganou. Nós temos uma divida com o Tião Viana que foi a pessoa que mais nos ajudou em Brasília lutando para que os recursos pudessem vir para cá e os projetos pudessem ser executados. Eu e o Edvaldo poderemos fazer com que haja um diferencial do Acre em relação aos outros estados, em Brasília. Nós formamos uma dupla de ataque que sabe como trabalhar a busca de recursos para viabilizar os projetos”, lembrou.
Dilma no Acre
Jorge Viana comemora o crescimento da candidatura Dilma Rousseff no Acre. “A ascensão é por causa do trabalho do presidente Lula. O povo reconhece quem trabalha. Nunca um presidente tinha olhado para os pobres e colocado o Brasil em destaque no mundo. No Acre, o Lula merece mais o reconhecimento do que em outros lugares. No Amazonas quase não votam no Serra, a grande maioria só na Dilma. Ela foi o braço direito e o esquerdo do Lula. Por isso, aqui quem está ganhando é o sentimento de agradecimento ao Lula que veio mais de 15 vezes ao Estado.
A gente sabe que tendo a Dilma eleita presidente vai dar para o Tião fazer o seu trabalho melhor. O povo do Acre não tem nenhuma razão para votar no Serra. O povo do PSDB de São Paulo não está interessado no Acre e nem no Nordeste. Quem não quiser votar na Dilma que vote na Marina que é uma pessoa da nossa terra e tem uma história tão bonita”, argumentou.
Caça aos votos
O candidato ao Senado ironiza quando dizem que pede mais votos para outros do que para si próprio. “O Silvio Martinello, nas Gazetinhas, outro dia comentou que estou sendo o maior pidão de votos das eleições. Estou acordando de madrugada e dormindo muito tarde. Quero devolver ao povo do Acre aquilo que alcancei na minha jornada política. Desejo que a população coloque os deputados certos na Assembléia e na Câmara Federal para que tenhamos deputados federais que não nos envergonhem e ajudem a Dilma e o Tião.
Estou fazendo uma cruzada pedindo votos para mim e o Edvaldo Magalhães. O Acre já tem um senador de oposição e não precisamos de outro. Pessoas que trabalham no contra independente de qualquer coisa. A gente está bem nas pesquisas, mas levamos em conta aquilo que o Lula fala: eleição e mineração só depois da apuração”, finalizou.
