A Fecomercio iniciou ontem os encontros com os candidatos ao Governo do Estado. O objetivo é apresentar a cartilha com a série de reivindicações do setor. Um dos pontos principais está o empenho dos candidatos em, se eleitos, juntar esforços com o Governo de Rondônia para a construção da ponte sobre o Rio Madeira, na divisa entre os dois Estados.
“Os caminhões com destino ao Acre chegam a esperar mais de oito horas para atravessar por balsa. Essa demora representa custos. Há muitos anos se fala nessa obra, mas até agora nada de concreto. Ela [a ponte] é importante para a economia do Acre, em especial o comércio”, disse Leandro Domingos, presidente da Fecomercio.
O primeiro candidato a receber o documento da entidade foi o petista Tião Viana. Hoje é a vez do tucano Tião Bocalom. Amanhã que sem reúne com os empresários é Antônio Gouveia (PRTB).
Outro pedido da Fecomercio é quanto à segurança energética do Acre. Domingos defendeu a rápida construção da segunda linha de transmissão que conecta o Acre ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
“O Acre se prepara para a implantação de sua Zona de Processamento de Exportação. Não podemos falar em industrialização sem a garantia de um sistema energético confiável”, ressaltou.
A Fecomercio também quer o empenho do futuro governador de garantir a conclusão do asfaltamento da BR-364 sentido Rio Branco-Cruzeiro do Sul. Na análise da entidade, a conclusão da rodovia é essencial para garantir a integração do mercado local, além de possibilitar a ampliação dos negócios, hoje concentrados só na Capital.
“O Juruá é uma região economicamente interessante”, afirmou o presidente da Fecomercio. A entidade também deseja a não tributação do ICMS (imposto estadual) sobre produtos e equipamentos adquiridos para impulsionar a produção e os ganhos.
“É inaceitável que uma empresa que compra um aparelho para se modernizar, produzir mais, seja obrigada a pagar ICMS como se aquela mercadoria fosse para comercialização. Isso [a tributação] acaba por aumentar os gastos, o que impede os empresários de se modernizar”, apontou Domingos.
A questão da ALC (Área de Livre Comércio) também foi lembrada. A Fecomercio defende em sue documento a ampliação desses instrumentos de incentivos fiscais para Rio Branco, Plácido de Castro e Xapuri. Para Domingos, a criação das ALCs é essencial para garantir a competitividade das empresas acreanas.
Já com relação à concorrência das áreas de livre tributação da Bolívia, a entidade mostra a preocupação diante de um colapso no comércio das cidades de Brasiléia e Epitaciolândia, que são vizinhas da Bolívia. A Fecomercio quer a cobrança zero de ICMS para as empresas da região.
Petista culpa Rondônia por problemas energéticos do Acre
O candidato do PT ao Palácio Rio Branco, Tião Viana, classificou o Estado de Rondônia como irresponsável na etapa que estava sob sua obrigação pela conexão dos dois Estados ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
“A distribuição de energia é uma tragédia quando chega ao Acre. Não há um sistema de amparo e equilíbrio na entrada de energia, não existem os religadores e nós pagamos os blackouts que acontecem aqui”, criticou o petista.
Segundo Tião, é demagogia fazer campanha política em torno da construção da segunda linha de transmissão, “pois os recursos já estão garantidos”. Para ele, ao invés de comprar energia do centro-sul brasileiro, o Acre usará energia vinda de hidrelétricas do Peru.
Tião Viana não fez citação sobre a ponte no Rio Madeira. O candidato destacou o bom momento econômico por que passam o Acre e o Brasil. Ele afirmou que seu governo apostará na industrialização para alavancar o desenvolvimento econômico e social do Acre. (F.P)
