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Sessão semanal da Aleac se torna ‘palanque eleitoral’

Como a maioria dos atuais deputados são candidatos à reeleição as sessões da Aleac, que só acontecem durante às terças-feiras, durante o período eleitoral, acabam se tornando palanques. Os parlamentares de oposição criticam, principalmente, a saúde e a segurança pública. Os governistas defendem o atual projeto. Mas é comum as associações dos discursos com as propostas dos candidatos majoritá-rios das eleições.

O deputado Donald Fernandes (PSDB) comentou, ontem, sobre a influência das eleições nos debates da Aleac. “Todos estão lembrados que no início do processo eleitoral afirmei que não iria fazer nenhum discurso muito bombástico e nem agressivo para não parecer politiqueiro. Só falo quando vejo que as coisas estão extrapolando o bom senso. Como, por exemplo, encontrei, em Acrelândia, um senhor de idade com uma sonda vesical há um ano e seis meses por problema de próstata não atendido. Isso não dá para aceitar. Tive que fazer esse pronunciamento que foi confirmado pelo líder do governo e que acho que aí não é eleitoreiro. Mas os processos graves de acusação podem esperar um pouquinho. A política já está acabando”, argumentou.

Indagado sobre os parlamentares que passaram praticamente os quatro anos de mandato em silêncio e que às vésperas das eleições resolvem se manifestar na tribuna, Donald, responde: “para mim eles são oportunistas. Políticos que só têm um determinado discurso para se elegerem, mas que na verdade durante quatro anos nada fizeram. Isso não é uma boa prática. Um político tem que trabalhar o ano todo e depois com toda a liberdade e honradez pedir o voto das pessoas. Não quero citar nomes, mas lamento que ainda existam políticos assim”, ressaltou.

Mais trabalho para a liderança do governo
O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) também comentou a influência das eleições nos debates legislativos. “Acho até salutar porque a oposição vem rasgando. É natural porque é um espaço democrático da oposição. Como os deputados estão andando mais no período eleitoral nos municípios, nos seringais e nas aldeias indígenas que não é muita tradição no período do mandato. Então, eles vêem mais problemas para trazer à tribuna. Neste caso, o meu trabalho aumenta em defender o Governo porque têm mais demandas nesta época de eleição. Dobram as denúncias e os problemas e eu tenho que defender com a mesma tranqüilidade e transparência como sempre fizemos. Sempre respeitando o papel da oposição”, afirmou.

Fuga de presos
Por outro lado, Donald Fernandes denunciou um caso que considerou sério. “Houve uma fuga de presos, em Cruzeiro do Sul, no dia 27. Mas o caso só foi divulgado pelo diretor da penitenciária, Erison Teles, no dia 30. Considerei isso muito grave porque uma fuga de presos deve ser divulgada imediatamente à comunidade porque a população desprevenida corre o risco com quatro bandidos perigosos soltos”, justificou.

Moisés Diniz, admitiu o acontecimento, mas explicou: “na verdade, o sistema prisional opera dentro dos procedimentos técnicos que é comunicar ao setor de segurança, ao Ministério Público e ao juiz para não criar um clima de desconforto e insegurança na sociedade. Houve uma fuga de presos e o procedimento técnico foi realizado”, salientou.

Ney Amorim: “estou dialogando com as comunidades do Acre”
Com uma das campanhas mais dinâmicas, o deputado Ney Amorim (PT), garantiu, ontem, na Aleac, que está com uma agenda superlotada de visitas e reuniões. “Estou visitando as comunidades em todos os municípios do Estado. O bom é quando a gente pode ter um contato direto com as pessoas depois de prestar um bom serviço através do mandato e conversar de cabeça erguida. Entendi que tinha que conhecer mais o meu Estado e trabalhar por todos os municípios. Até agora dos 22 municípios acreanos já estabeleci ligações políticas com 17. Isso é um sinal de crescimento depois de quatro anos de mandato”, comemorou.

Quanto às principais propostas que tem levado aos eleitores, Ney Amorim, explicou: “não vejo como falar de propostas sem expor os avanços dos nossos governos nas áreas da saúde, educação e segurança pública e, sobretudo, na inclusão social. O fato de estar na Aleac votando essas maté-rias e sendo muitas vezes relator ajudam no avanço da nossa sociedade. Se eu fiz como líder do PT com tudo que aprendi vou poder ajudar mais o Tião Viana (PT) e a sociedade acreana. Estou mais experiente no debate, no entendimento das comissões e mais preparado para poder ajudar a população”, comentou.

Grandes temas
Indagado sobre a sua posição sobre os temas que per-meiam a eleição como a Segurança Pública e a Saúde, Ney Amorim, justificou: “o papel da gente é escutar as comunidades. Nós sabemos que na Segurança e na Saúde a gente tem que avançar ainda mais. Estamos no caminho certo, mas ainda tem muito a ser feito. Nas minhas reuniões e caminhadas procuro escutar as pessoas e incluir as suas opiniões e reivindicações na pauta de um segundo mandato. Por exemplo, como deputado da zona urbana estou entrando na questão dos produtores rurais e estou sendo muito bem aceito porque tenho colocado a minha maneira de pensar. Acredito que num eventual governo do Tião Viana vamos investir muito mais em mecanização agrícola. Como parlamentar vou até as comunidades escuto as críticas e as demandas e trago isso ao futuro governador para que o Acre continuem no rumo certo”, finalizou.

Fator Dilma
Quanto à eleição de Dilma Rousseff (PT), no Acre, Ney Amorim avaliou: “tenho levado o nome da Dilma em todas as minhas atividades. As pessoas, às vezes, questionam que não conhecem ela. Tenho dito que a ex-ministra foi quem criou o PAC e liberou todos os recursos para investimentos em programas de habitação e ajudar quem menos pode. Tudo tem o dedo dela. Temos que optar pelo desenvolvimento do nosso país e do nosso Estado. Por isso, que estou pedindo voto para ela. Tenho a convicção que para o Tião fazer um bom governo vai ter que ter uma pessoa aliada e o Lula vai estar muito perto da Dilma para orientá-la e ajudá-la”, finalizou.
 

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