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Gazetinhas 04/10/2010

* Era um domingo estranho. Tudo muito estranho.

* Rio Branco parecia fora dos eixos.

* O povo em silêncio, caminhando, meditabundo.

* Das ruas e das urnas, ouviam-se vozes roucas.

* Nada de bandeiraços ou buzinaços.

* Só de vez em quando o barulho de sirenes de uns camburões pretos.

* Tudo muito misterioso, sinistro.

* Bobagem.

* Tudo bobagem.

* De estranho, sinistro, fora dos eixos só esta “friagem” no começo de outubro.

* Senador eleito, Jorge Viana, revelou-se mesmo o maior “pidão” de votos dessas eleições.

* Talvez, tenha sido o eleitor que mais demorou para votar.

* Votando na seção 007 instalada na Assembléia Legislativa, usou de uma tática inteligente para cumprimentar os eleitores:

* entrava na fila e quando chegava a sua vez de dirigir-se à cabine dava vez para o eleitor às suas costas e voltava para o final da fila.

* E assim foi quase a tarde inteira.

* Já o deputado Flaviano Melo, também esperto, monitorava os amigos através do telefone.

* Sabendo em que seção iriam votar, ligava dizendo que iria conferir, depois.

* Na seção 193, no INSS da Getúlio Vargas – Centro – notou a falta do voto de um desses amigos.

* Também não foi por falta de aviso.

* Com a lambança que fizeram de só votar com documento com foto, este colunista foi vítima de risinhos marotos de mesárias da seção onde vota.

* Como a identidade ainda é de 1972 do século passado, elas ficaram minutos olhando a foto de um sujeito bonitão, barbudão, charmosão, comparando com a decadência atual.

* Protesto!

* O telefone toca. São cinco horas da tarde, encerrou a votação.

* A praça em frente ao Cerb começa a coalhar de bandeiras vermelhas e espoca o foguetório.

* Presidente do TRE, desembargador Arquilau de Castro Melo, esperava que os primeiros votos a chegar para a apuração seriam dos índios plugados por telefone via satélite.

* Índios ‘fofinhos’ de algumas aldeias do Juruá.

* O telefone toca. É Nicinha protestando contra nota da coluninha.

* Segundo ela, quem fez o gostosíssimo carneiro do aniversário do doutor Ruy Duarte foi ela e não o Pereira.

* Começou a apuração.

* Olha a balsa aí, gente!

* Em tempo: Tijolinho passa na praça em direção ao porto da Gameleira dizendo que vai mostrar com quantos “bambures” se faz uma balsa.

 

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