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Caminhões chegam a esperar 10 dias para descarregar combustível

Os caminhões com combustível oriundo da Refinaria de Paulínia (SP) chegam a esperar 10 dias para descarregar na representação da BR Distribuidora em Rio Branco, no bairro Morada do Sol. Sem cômodos, os caminhoneiros ficam ao relento à espera de autorização para o descarregamento.
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O problema tem formado uma fila de caminhão ao longo da Estrada da Invernada, ao lado da Usina Termelétrica Rio Acre. A poucos metros também está o Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros. Enquanto a reportagem estava no local, um dos caminhoneiros comemorava a autorização recebida para descarregar a gasolina do veículo.

Ele estava no local desde o último dia 19. Como são funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviço para a BR Distribuidora, muitos deles preferem não citar os nomes. “Eles [a empresa] morrem de medo em perder o contrato com a Petrobras”, disse um. Para amenizar o sofrimento, a BR decidiu que os caminhoneiros iriam esperar pela autorização nos pátios dos postos localizados na entrada da cidade.

O martírio dos profissionais fica maior para os que trazem esposa e filhos na boleia do caminhão. Para passar o tempo, eles se reúnem em grupos para conversar, tomar tereré ou jogar dama. Por conta da carga, o tempo de viagem aumenta. Do interior de São Paulo até o Acre chegam a demorar cinco dias.

A demora se prolonga na travessia do Madeira. O baixo nível do rio tem feito a espera da travessia por balsa chegar a mais de seis horas. Desprevenido, um dos caminhoneiros atolou em um banco de areia. “Tive que manobrar o carro por mais de uma hora para poder sair”, afirmou.

No escritório da BR Distribuidora ninguém fala sobre o assunto. A única informação repassada é o telefone da assessoria de imprensa no Rio de Janeiro. Dos dois números fornecidos, nenhum atendeu a ligação da reportagem.

A explicação repassada aos caminhoneiros é da falta de espaço nos tanques da empresa. O estoque já está no limite. Como os donos dos postos de combustíveis preferem a aquisição em Porto Velho, gasolina e diesel de São Paulo se acumulam. A BR Distribuidora decidiu reforçar o estoque no Acre justamente pela seca do Rio Madeira, que tem dificultado a chegada de combustível no Estado.

Nos meses secos do “verão amazônico”, muitos postos chegaram a ficar desabastecidos. O problema também acarretou em aumento do preço na bomba. A gasolina, por exemplo, chegou a ficar em R$ 3 o litro.

 

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