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Manifestantes fecham acesso a Jirau e exigem revisão de indenizações

Os moradores das áreas próximas à Usina Hidrelétrica de Jirau, mais especificamente no distrito de Mutum-Paraná (cerca de 400 Km de Rio Branco e 120 de Porto Velho), decidiram radicalizar e se manifestar contra o atual processo de cálculo de indenizações de suas propriedades, além do remanejamento de outros.

Na madrugada de ontem, eles montaram barricadas, atearam fogo em pneus e fecharam todos os acessos ao canteiro de obras de Jirau. A preocupação era que os manifestantes também fechassem a BR-364, que dá acesso ao Acre. Mas, em acordo entre as lideranças do movimento, ficou decidido que a rodovia ficaria livre. A Polícia Rodoviária Federal acompanha o episódio.   

A manifestação é comporta por ao menos 200 pessoas, que incluem ribeirinhos, agricultores, garimpeiros e indígenas.

Em encontro realizado no último dia 7, em Nova Mutum, eles já haviam prometido fechar o acesso para as obras. A construção da Usina de Jirau é conduzida pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil e está dentro do cronograma de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). 
O impasse entre consórcio e moradores se arrasta desde o início do ano. Ribeirinhos, agricultores e garimpeiros, já cansados das idas e vindas das negociações infrutíferas, decidiram radicalizar.

Para os moradores, o consórcio tem colocado os valores de suas propriedades abaixo do mercado. Eles também alegam que os acordos firmados nas audiências públicas, realizadas durante o processo de licitação da usina, não estão sendo cumpridos. Entre eles, estaria o de que o valor pago não levaria em conta somente o valor da propriedade em si, mas também os transtornos por deixá-las.

De acordo com o jornal eletrônico ‘Rondônia Ao Vivo’, havia a especulação de que a senadora e candidata derrotada à Presidência da República, Marina Silva (PV), fosse ao local do movimento para intermediar as negociações.

A construção das usinas no Madeira foi um dos motivos para a saída de Marina do governo Lula. A acreana era pressionada para que o Ibama concedesse em tempo hábil as licenças da obra.

 

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