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Vereadores querem o impeachment do prefeito de Acrelândia

Uma comitiva de vereadores de Acrelândia esteve ontem na Capital tentando entregar um documento ao prefeito daquele município, Carlinhos Araújo (PSB), que está detido no Presídio Estadual Antônio Amaro. Eles precisam da assinatura do prefeito para colocá-lo ciente da CPI que investiga um possível desvio de verbas do Fundeb, no valor de R$ 1 milhão e 800 mil. Carlinhos é acusado também de ter sido um dos mandantes do assassinato do vereador Pinté (PP), juntamente com a sua mãe, a vereadora Maria Conceição (PSB), e mais três secretários.

Segundo o vereador Gildésio Moura Vilas Boas (PSDB), está sendo feito um trabalho baseado nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público Estadual (MPE) que apontam as irregularidades na gestão de Carlinhos. “A CPI irá ouvir o responsável pela Fundeb em Acrelândia, Nilson Mendes e professores municipais. Os indícios mostram que foi usado 70% dos recursos da educação para pagar pessoal que não faz parte do quadro. Para o esquema se utilizou uma Oscip que contratava serviços de outras áreas”, explicou.

O vereador ressaltou ainda que as escolas municipais se encontram em péssimos estados de conservação devido a falta de recursos. “Também está faltando todo o tipo de material necessário para uso pedagógico”, disse ele. Gildésio destacou também que mesmo com uma base governista de seis vereadores dificilmente Carlinhos escapará do impeachment. “Com tantas evidências ninguém vai ter coragem de votar contra”, afirmou.

Caos político e administrativo no município
As confusões no município começaram com a cassação do prefeito eleito nas eleições de 2008, Vilseu Ferreira (PP). Em 2009, ele foi cassado pelo TRE/AC acusado por compra de votos. O adversário político Carlinhos assumiu a prefeitura. Menos de um ano depois Acrelândia foi abalada pelo assassinato do presidente da Câmara Municipal, vereador Pinté (PP). Depois de alguns meses de investigações foi comprovado que se tratava de um crime político.

O prefeito Carlinhos e a sua mãe, vereadora Maria Conceição (PSB), foram presos. Também foram detidos acusados de serem mandantes do crime os secretários municipais Jonas Vieira Prado – que também é chefe de gabinete da Prefeitura – e de Educação, Joaba Carneiro da Silva e o secretário de Obras de Acrelândia, José Valcir da Silva.

Desde então a prefeitura está sendo governada pelo vice, Clóvis Moretti (PMN). A CPI foi instalada na semana passada. Segundo Gildésio, que veio à Rio Branco acompanhado dos vereadores Hubertino de Moura (PMN) e Djalma Pessoa (PP), na próxima sexta-feira, haverá uma importante sessão da CPI que deverá decretar o impeachment de Carlinhos.

 

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