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Mãe do adolescente morto por tiro de policial civil contesta versão da polícia

A agricultora Ludimar Cruz do Nascimento, 42 anos, mãe de um adolescente morto com tiro na perna esquerda, na tarde de sábado, 23, no município de Manoel Urbano, está questionando a versão da polícia. O disparo teria sido efetuado por um policial civil. Segundo ela, seu filho não foi atingido com um único tiro, como sustenta a polícia.

Segundo a versão oficial,  filho de Ludimar teria sido agredido por outro jovem com um tapa no rosto, após uma discussão em um bar. O rapaz foi até a sua casa, na Rua Projetada, e teria se armado com um terçado. Quando pretendia retornar ao bar, supostamente para atacar o desafeto, foi interceptado por uma guarnição da Polícia Civil daquela cidade. Ele teria reagido à prisão, tentando golpear o próprio pai e um dos policiais.

Diante da reação inesperada do adolescente, foi necessário atirar contra ele, na tentativa de dominá-lo. Segundo informações da polícia, ele estaria sob efeito de bebida alcoólica e visivelmente transtornado.

O tiro acertou a perna esquerda da vítima, que foi socorrida e encaminhada ao hospital da cidade. Lá, ele não resistiu à gravidade do ferimento e morreu por hemorragia.

A mãe do rapaz contestou a versão dada pela polícia, afirmando que não teria sido apenas um  tiro na perna que tirou a vida do filho.

Ludimar Cruz apresentou a calça que o filho vestia no dia do crime. Na peça de roupa, aparecem duas perfurações, uma próxima a virilha e a outra abaixo do joelho. A mulher apresentou, ainda, a bota que o filho usava. No calçado também é visível uma perfuração, que a mãe da vítima assegura ser de um tiro.
A mãe do adolescente contou que o filho, após ter sido atingido com vários tiros – pelo menos três -, teve as mãos algemadas e sofreu chutes pelo corpo, dados pelos policiais. Em seguida, ele teria sido colocado dentro da viatura da polícia e encaminhado ao hospital de Manoel Urbano.

Como sangrava muito, porque um dos tiros teria atingido a artéria femoral, os atendentes teriam solicitado o envio de uma viatura do Samu da cidade de Sena Madureira para socorrer o rapaz, pois seria necessária uma transfusão de sangue. Contudo, a mãe alega que o policial teria afirmado que ele morreria ali mesmo, pois não seria levado a hospital nenhum.

A agricultora fez um apelo ao Ministério Público Estadual (MPE), à Corregedoria da Polícia Civil e representantes dos Direitos Humanos para que apurem o que realmente aconteceu.

 

 

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