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Deputado Moisés Diniz quer comissão suprapartidária por ponte no Rio Madeira

Uma situação delicada politicamente foi questionada ontem pelo líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB), na Aleac. A necessidade da construção urgente de uma ponte que deverá ter 1.050m atravessando o Rio Madeira, próxima à fronteira entre Rondônia e Acre. Na realidade, a obra está prevista no Programa de Aceleração da Economia (PAC) do Governo Federal, mas irregularidades no projeto causaram o cancelamento da licitação. Por isso, Moisés Diniz encaminhou um requerimento ao Ministério dos Transportes para saber os motivos da anulação da licitação.

O parlamentar comunista explicou a situação: “a licitação para a escolha das empresas que disputariam pela construção da obra foi anulada. Pedimos informações ao Ministério dos Transportes, com o apoio da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC), que visitou o Ministério. A partir da resposta, se nós percebermos que tem algo mais obscuro ou jogos de interesses vamos organizar um movimento suprapartidário da sociedade civil acreana a favor da ponte”, justificou.

Ligação econômica
Outro aspecto abordado por Diniz foi o econômico. “Agora, com a Estrada do Pacífico, duplica a importância da construção dessa ponte. Imaginem os milhares de caminhões que irão fazer as nossas exportações terem problemas de combustível, como está acontecendo agora? Além disso, a gasolina subiu por conta dos problemas na balsa. Temos que transformar o debate da ponte sobre o Rio Madeira num dos principais para o nosso povo. Se for necessário, faremos uma grande mobilização da nossa sociedade em favor dessa causa”, prometeu.

A questão política
O fato de uma ponte essencial à economia acreana ser no território de Rondônia cria alguns obstáculos. “É algo estranho porque a ponte será construída no território de Rondônia, mas o Estado não está preocupado. A ponte está depois de todos os grandes municípios rondo-nienses, inclusive, a Capital. A ponte interessa muito mais aos acreanos. E o pior é que se um senador acreano colocar uma emenda para a construção de uma ponte em Rondônia poderá ser mal interpretado. Quando na verdade a lei permite aos nossos deputados federais e senadores que destinem recursos para essa finalidade.

Mas os nossos representantes em Brasília deveriam entrar nesta luta porque a obra faz parte dos PACs. Temos que reunir sindicatos, igrejas, empresários e políticos da situação e da oposição em favor dessa ponte”, ressaltou.

Com o recente desabastecimento de todo o Vale do Acre devido às dificuldades da travessia da balsa, os políticos acreanos parecem ter acordado em relação ao assunto. “Nos oito anos em que estou na Aleac não me lembro de alguém debatendo sobre a ponte do Rio Madeira. Ficou algo morto e talvez seja a ponte que mais precisamos. Os políticos de lá não têm interesse nenhum nessa questão porque só sobram duas pequenas vilas, Califórnia e Extrema, que seriam beneficiadas. Mas o debate deve ser um dos mais importantes, em 2011, para os políticos acreanos”, argumentou.

Moisés conta que alguns parlamentares recém eleitos já se colocaram à disposição para resolver a questão. “O senador eleito Jorge Viana (PT-AC) já nos disse que vai assumir essa bandeira da ponte. A Perpétua Almeida e o Taumaturgo Lima (PT-AC) também já se comprometeram com a causa. Portanto, é uma bandeira acrea-na que ficou nas mãos dos políticos de Rondônia, que não têm interesse porque a economia do Estado deles não depende dessa ponte. Temos que assumir urgentemente essa bandeira em Brasília porque podemos, a qualquer momento, ficar sem abastecimento de gêneros essenciais”, relatou.

Categories: POLÍTICA
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