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Disputa presidencial: O que é melhor para a juventude acreana?

O resultado eleitoral de hoje irá determinar o futuro para milhares de jovens acreanos que ainda esperam um lugar ao sol. Numa entrevista com o assessor especial de políticas para a juventude, André Kamai, foi discutido os avanços do setor no Estado, os problemas mais sérios enfrentados pelos jovens e as perspectivas para o próximo governo. A decisão do povo brasileiro irá afetar, sobretudo, os jovens que têm um futuro enorme pela frente.
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Visão da disputa
André Kamai fala como coordenador das políticas para a juventude das perspectivas a serem contempladas pelos eleitores mais jovens. “Não é uma disputa entre duas pes-soas, mas entre dois projetos que já foram experimentados pelas pessoas no Brasil. O governo do PSDB, com Fernando Henrique Cardoso por oito anos e o do PT, com o presidente Lula por outros oito anos. É hora de comparar quais foram as prioridades desses governos e como isso mudou a vida dos jovens”, analisou.

Partindo da premissa que o Brasil tem 50 milhões de jovens, Kamai, defende as ações que foram realizadas. “No governo do Lula foi dado prioridade às políticas de juventude através de uma secretaria nacional que foi criada. A pauta da juventude esteve no centro por se entender que o jovem é fundamental para o desenvolvimento social do país. Foram criadas 14 novas universidades federais e mais de 100 extensões universitárias, como o Campus da Universidade da Floresta, em Cruzeiro do Sul. Além disso, mais de 700 mil jovens tiveram acesso à universidade através do Pro Uni”, relatou.

Para André Kamai, o governo tucano se preocupou mais em privatizar o ensino. “No governo do Fernando Henrique não foi criada nenhuma universidade porque isso não era prioridade. Inclusive, foi cogitado de se privatizar as universidades federais. Começou então um processo de sucateamento. Como exemplo cito a UFRJ (Federal do Rio de Janeiro) que passou longos pe-ríodos sem energia elétrica por falta de pagamento”, criticou.

O assessor de juventude entende que o atual Governo Federal mudou essa perspectiva. “O presidente Lula enxergou o problema dos jovens no contexto histórico. Tínhamos um contingente gigante de jovens saídos das escolas que estavam sendo os principais algozes e vitimas da violência. Por isso, Lula criou o Pró-Jovem e colocou mais de dois milhões de jovens para terminar o ensino fundamental, que adentraram aos cursos técnicos e receberam bolsas para se relacionarem com as suas comunidades. Com isso, tivemos a inclusão social de milhões da juventude brasileira”, elogiou.

Meio-ambiente
Dentro da perspectiva de futuro para os jovens as relações com o meio-ambiente são fundamentais, segundo Kamai. “Uma das mais importantes pautas dessa eleição foi à questão ambiental. A Marina Silva (PV) trouxe esse debate para a campanha presidencial. Mas essa foi uma questão central no governo Lula. Foram realizadas muitas operações para barrar o desmatamento que foi reduzido na Amazônia e isso fez com que a gente mudasse o parâmetro homem-natureza. As questões ambientais ficaram mais vivas tanto que a candidatura da Marina à presidência teve uma grande repercussão nacional graças a esse movimento. Entramos no contexto mundial em relação às questões ambientais”, destacou.

O Acre e os jovens
O assessor salientou as conquistas nas políticas sociais para os jovens no Estado. “A gente já vem ganhando com o presidente Lula e podemos avançar ainda mais. Tivemos mais de dez mil jovens acreanos incluídos no vá-rios programas do Governo. Além disso, as perspectivas das instalações das duas unidades do Ifac de ensino profissionalizante são muito positivas. A Dilma está se propondo a criar escolas técnicas em todas as cidades com mais de 50 mil habitantes para fortalecer o acesso ao emprego dos jovens. Com isso também poderemos fortalecer a nossa rede estadual de ensino profissionalizante, o Instituto Dom Moacyr. Poderemos avançar muito com a educação no Acre com mais equipamentos e melhorar o lazer com as praças da juventude que estão sendo criadas para a prática de esportes. Durante o governo Lula conseguimos chegar com cursos universitários em todos os municípios do Acre. Então, os jovens acreanos precisam perceber que tiveram no centro das ações”, ponderou.

Maiores carências da juventude
Indagado sobre os principais problemas enfrentados pelos jovens, Kamai, respondeu: “os dois grandes problemas no Brasil e no Acre é trabalho, a inclusão profissional e a educação. Apesar dos avanços se analisarmos é bem simples ver quem está trabalhando e quem está nas penitenciárias. Os jovens detentos na sua grande maioria não terminaram o ensino fundamental. Por isso, a gente precisa focar os nossos governos para garantir a educação a todos. O que vai ser o mais forte no futuro será a educação profissional. O governador eleito Tião Viana (PT) está falando no fortalecimento das atividades econômicas do Estado através da industrialização para garantir mais trabalhos aos jovens”, afirmou.

Criminalidade
Questionado sobre a enorme quantidade de jovens ainda marginalizados, André Kamai, revela a sua visão sobre o assunto. “Isso só se resolve com a inclusão. No começo do governo Binho (PT) fizemos uma pesquisa nas penitenciárias e foi constatado que 75% dos detentos tinham entre 18 e 25 anos de idade. O mais importante é que entre eles 85% não tinham concluído o ensino fundamental. Isso não é por acaso. A maio-ria envolvido com tráfico de drogas e homicídios. A gente vive num Estado de fronteira e o tráfico é muito atraente para quem está marginalizado. Os jovens só vão começar a recusar entrar no crime quando tiverem mais oportunidades para construir uma vida saudável e um percurso social ascendente. É isso que acho que um eventual governo da Dilma poderá fazer em parceria com o Tião Viana”, finalizou.

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