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No Acre, analfabetismo facilita compra de votos, segundo TRE

A alta taxa de analfabetismo entre os eleitores do Acre – a maior da região amazônica – preocupa a Justiça Eleitoral no Estado. Dos 470.975 mil eleitores, mais de 67 mil (14,3%) não sabem ler nem escrever. Outros 91 mil são considerados analfabetos funcionais (19% do eleitorado).

Enquanto na Região Norte a média de eleitores analfabetos é de cerca de 9% do total, o Acre tem municípios em que o percentual chega a 40% do eleitorado. “É uma mancha no nosso cadastro eleitoral”, comparou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado, Arquilau de Castro Melo.

A baixa escolaridade, somada às dificuldades de acesso a locais de votação em algumas regiões de floresta, facilita a compra de votos, segundo o desembargador. “É um eleitor mais facilmente manipulável”, avaliou.

Para coibir a compra de votos, o TRE ampliou o número de seções eleitorais na zona rural, para evitar o deslocamento de eleitores financiado por candidatos e vai reforçar a fiscalização nas ruas a partir de ontem (2), véspera do pleito.

“A compra de voto se dá na madrugada de sábado para domingo, a cidade não dorme. Os candidatos distribuem santinhos com notas de dinheiro. Saibam que os juízes vão estar espalhados pelos bairros junto com policiais militares”, disse o desembargador.

Até domingo (3), estão restritos no Estado saques de valores acima de R$ 10 mil, que só poderão ser realizados com autorização de um juiz. No dia da eleição, segundo o TRE, a Polícia Federal vai estar em todos os 22 municípios do Estado, acompanhada da Polícia Militar, para coibir a compra de votos e propaganda boca-de-urna.

Além do risco de compra de votos, a baixa escolaridade deve aumentar o tempo de votação em algumas seções, segundo Melo. No domingo, os eleitores terão que votar em seis candidatos. Em todo o Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estima que o tempo médio de votação deverá ser de 1 minuto e 30 segundos. (Agência Brasil)

 

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