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A GAZETA entre os melhores do país

Em uma publicação inédita e impecavelmente elaborada pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), o jornal A GAZETA marcou mais um feito inédito em seu currículo ao constar em uma seleção de “As Melhores Primeiras Páginas dos Jornais Brasileiros”.

Para o diretor-geral de A GAZETA, jornalista Silvio Martinello, este feito só veio reafirmar a posição do jornal como a principal referência do jornalismo impresso no Acre e na Amazônia, somando-se aos vários prêmios nacionais já obtidos, como o Prêmio Esso regional, Menção Honrosa do Prêmio Embratel de Imprensa e finalista várias vezes dessas mesmas premiações.

Ainda, segundo o jornalista Silvio Martinello, esta publicação da ANJ, que reúne mais de cem jornais do país, entre eles A GAZETA, significa que o Jornalismo impresso, ao contrário do que anunciam “seus coveiros”, continua a desempenhar um papel fundamental no país, nos seus estados e regiões. Primeiro, como testemunhas da História, depois como defensores da liberdade de expressão, através do qual, a sociedade conta a sua história e manifesta sua diversidade de opiniões e não apenas a visão ou opinião de uma só pessoa escondida atrás de um computador.


Testemunhas da História
Na apresentação do livro “As Melhores Primeiras Páginas dos Jornais Brasileiros”, a presidente da ANJ, Judith Brito, e Ricardo Pedreira, diretor-executivo, assinalam que “compor o mosaico de melhores páginas de mais de 100 associados significa, de alguma forma, ratificar a importância da defesa do papel dos jornais e da liberdade de imprensa ao longo da história brasileira”.


Presidente da ANJ, Judith Brito, reafirma o papel dos jornais e a liberdade de imprensa


Explicam que cada empresa jornalística teve “a difícil missão de escolher, entre tantas páginas importantes que integram suas trajetórias de tantas décadas – em certos casos, mais de um século -, aquela que considerasse a mais representativa”. No total, foram sele-cionadas 101 páginas.

Alguns jornais se fixaram em episódios políticos de impacto no plano nacional ou na região de sua respectiva circulação. Outros preferiram denúncias que resultaram em mudanças na administração pública. Outros, ainda, mostram fatos relevantes nos esportes, na economia e na vida cotidiana dos cidadãos-leitores. Como a escolha recaiu também sobre a estética e a competência do projeto gráfico.

Para os dois dirigentes da ANJ, porém, “o que todas as primeiras páginas reunidas neste livro têm em comum é o correto exercício dos jornais como testemunhas da História, como meio de informação e formação dos cidadãos”.

E concluem: “A ANJ tem orgulho do cenário montado neste livro com as primeiras páginas de importantes jornais brasileiros”. Porque, segundo Judith Brito e Ricardo Pedreira, “é um espelho da nossa missão diante da sociedade brasileira: contribuir com o jornalismo para a permanente construção da cidadania”.

 A  GAZETA e a sua “Primeira Página”
Distribuídos em ordem alfabética, A GAZETA aparece no livro da ANJ entre os primeiros jornais. A “Primeira Página” selecionada é de uma terça-feira, 27 de dezembro de 1988, ainda em preto e branco, como as de outros jornais. No alto da página, a manchete principal “Filho de Darli se entrega e está no quartel do 4º BEF”. No meio da página, “Muita emoção no adeus a Chico (Mendes)” e, no restante, outros subtítulos como “Presidente da UDR some de jatinho” e “D. Moacir na lista”.

Convidado pela direção da ANJ a comentar a escolha desta primeira página, o diretor-geral de A GAZETA, jornalista Silvio Martinello, escreveu o seguinte texto, reproduzido na página anterior da selecionada:

“O que parecia a morte de mais um trabalhador, entre tantos, nos conflitos pela posse da terra nos grotões do país, acabou se transformando em um marco histórico e simbólico pela preservação da Amazônia.

O tiro de espingarda disparado pelo filho de um fazendeiro, em Xapuri, no dia 22 de dezembro de 1988, que matou o líder sindical Chico Mendes, ecoou não só no Acre e no Brasil, como no mundo inteiro. Tanto é que sua morte foi notícia de primeira página de jornais importantes como o The New York Times e o Washington Post.

Por isso, o jornal A GAZETA tem esta primeira página, ainda em preto e branco, noticiando o enterro do líder sindical e sua repercussão, como uma das mais emblemáticas de suas edições, ao longo desses 24 anos de sua existência.

Foi a partir do assassinato de Chico Mendes – que poderia ter sido evitado se o Estado fosse mais diligente – que o Brasil e o mundo tomaram consciência, primeiro, da gravidade dos conflitos agrários que estavam matando trabalhadores, índios, líderes sindicais, padres e freiras.

Depois e, sobretudo, da necessidade de preservação da Amazônia que estava, literalmente, em chamas, com a devastação de sua floresta e sua rica biodiversidade, como uma das regiões mais estratégicas e necessárias para o equilíbrio ambiental do planeta.

Conhecido e reconhecido antes no exterior, Chico Mendes, com sua luta em defesa dos povos da floresta e com sua morte trágica, acabou despertando também a imprensa nacional, que até então permanecia ausente e omissa sobre essa realidade”.

Silvio Martinello
Diretor-Geral

Os jornais e seu fascínio
Folhear o livro elaborado pela ANJ sobre “As Melhores Primeiras Páginas dos Jornais Brasileiros” é fazer uma fantástica e instigante viagem no tempo em suas três dimensões – passado, presente e futuro. Jornais como A Notícia de Joinville (SC), com 87 anos de circulação, noticia em sua “Primeira Página”, em preto e branco, a morte do presidente Getúlio Vargas. Viajando décadas no tempo, a FOLHA DE S. PAULO selecionou a primeira página de 30 de setembro de 1992, que noticiou o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.

Porém, o leitor não encontra só páginas de política. Esportes, futebol, também, como preferiu a FOLHA DE PERNAMBUCO, de 2 de julho de 2006, estampando de alto a baixo, em preto e branco, a manchete França 1×0 Brasil, com o subtítulo “NÃO TEMOS PALAVRAS”.

Para retratar a história dos jornais brasileiros, sua rica diversidade e, sobretudo, o fascínio que exercem sobre seus leitores, a ANJ reproduz na introdução de sua publicação um texto de J. Roberto Whitaker Penteado, diretor-presidente da ESPM com o título “OS JORNAIS e SEU FASCÍNIO”:

“O termo Jornalismo tem, em português, uma significação única. A palavra vem de jornal, claro, e trata-se daquilo que os mais velhos aprenderam a classificar, no ginásio, como um galicismo, pois foi importada do francês, journal, que, por sua, vez, vem de jour-dia. Serve para designar Lê Figaro e Lê Monde, mas também nomeia um diário – como o de Anne Frank.

Imagino que, na França, a atividade journalisme deve ser bastante associada ao objeto jornal, mas não obrigatoriamente. Os espanhóis chamam-na de periodismo e, quando os americanos falam de journalism, está bem longe de suas mentes que se refira exclusivamente a newspapers… Embora o nosso Aurélio seja bastante científico ao definir jornalismo como “atividade que visa à elaboração de notícias para publicação (sic) em jornal, revista, rádio, televisão etc., acompanhadas ou não de comentá-rios”, é quase impossível não pensar em jornal quando se usa a palavra jornalismo.

Com a revolução no mundo das comunicações, hoje não há, praticamente, limites, formais para os jovens que querem se dedicar a esta profissão. E – acompanhando esta expansão – a nossa ESPM oferecerá a seus alunos, a partir de 2011, também cursos de graduação e pós-graduação em jornalismo, sabendo que exercerão suas profissões não só em veículos impressos e na mídia eletrônica, mas em formatos e suportes que sequer hoje existem.

Mas os jornais tradicionais, impressos em papel-jornal e distribuídos diariamente, mantêm o seu fascínio – e o farão ainda por muito tempo. Nenhum outro suporte é capaz de – literalmente – encapsular a informação, a cada período de 24 horas, e manter um registro da vida e da história que se amolda à forma que os humanos encontraram no tempo e no universo.

Sentimo-nos, assim, honrados com o convite que nos fez a Associação Nacional dos Jornais para participar da edição desta obra única, que registra – em suas primeiras páginas – a história dos jornais brasileiros; e que será, certamente, de permanente utilidade para professores e alunos de todos os cursos de jornalismo”.
     J. ROBERTO
WHITAKER PENTEADO
     Diretor-Presidente da ESPM

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