“Ele era um ser humano, não pode ser morto assim em praça pública, em plena luz do dia, e ficar por isso mesmo”, desabafou ontem (3) Gercina da Cunha Brasil, 57, avó do adolescente Alisson Brasil da Silva, 17, assassinado na semana passada, no Parque da Maternidade. Filho de Maria Leuzanir, 37, primogênita de Dona Gercina, o rapaz foi cria-do desde os oito meses de vida pela avó materna.
De acordo com Gercina, o adolescente era uma pessoa tranqüila e foi vítima da onda de violência que tomou conta da cidade. “Ele morreu porque não quis entregar uma bicicleta, que não era nem dele. O mínimo que a gente espera da polícia é que o criminoso seja identificado e pague pelo que fez”, diz.
A mãe do adolescente, que mora na companhia do marido e de outros filhos na Estrada Transacreana, veio à cidade ontem somente para saber notícias a respeito do caso. “Eu quero justiça. A vida de um jovem não pode ser tirada dessa maneira e ficar por isso mesmo”, declarou ela.
Segundo a família, Alisson tentava concluir o ensino médio através do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA). Estudava à noite e fazia bico como assistente de pedreiro durante o dia. Seu sonho era concluir os estudos e prestar vestibular para o curso de Engenharia.
No dia em que foi assassinado, Alisson saiu de casa por volta de 11h30 da manhã. Essa foi à última vez que foi visto com vida pela avó. “Quando foi no final da tarde, a polícia chegou aqui avisando que ele tinha sido assassinado no Parque da Maternidade”, relembra.
Através do amigo que estava com o adolescente no momento do ocorrido, a avó disse ter sido informada que ele morreu por causa de uma bicicleta. “Ele ainda andou 50 metros em busca de socorro, mas não conseguiu sobreviver”, revela.
Alisson foi assassinado com um golpe de faca no pescoço, na tarde do dia 29 de outubro, nas proximidades da Concha Acústica. De acordo com informações de testemunhas, ele foi abordado por dois adolescentes, que tentaram levar sua bicicleta.
O jovem que estava com o adolescente informou à família que tem como identificar o autor do crime. Alisson morava com a avó na Rua Areal, nº 214, no bairro do mesmo nome. “Ele tinha endereço, família, não era bandido como alguns estão falando”, concluiu.