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Dengue lota UPA 2º Distrito

A dona-de-casa Cosma Alves de Abreu, 62 anos, repousa num dos bancos da área externa da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, enquanto aguarda o ônibus que vai lhe conduzir até o bairro Taquari, onde mora. Ontem (18), depois de quinze dias de ansiosa espera, ela recebeu a confirmação de que está acometida de dengue e precisa seguir a risca as orientações médicas para não apresentar complicações.
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As notificações feitas ao Setor de Vigilância Epidemiológica revelam um aumento de 40% de casos suspeitos de dengue, naquela unidade, já nos primeiros 17 dias de novembro. São 789 registros nesse período contra 474 em todo mês de outubro. A responsável pelo setor, Jocinete Bessa Cloves, observa que o aumento reflete a chegada do período das chuvas.

Alia-se a isso, a conscientização da população em procurar as unidades de saúde para confirmar o diagnóstico. O resultado do exame dura em média quinze dias. O ideal é que a coleta do material seja realizada até o quarto dia, contados do começo da apresentação dos sintomas. O que oferece ao paciente maiores garantias de tratamento, evitando assim complicações.

Mas caso isso não seja possível, ele pode ser realizado fora deste prazo através de sorologia. De acordo com Jocinete, o material coletado na UPA é encaminhado ao Laboratório Central do Estado do Acre (Lacen), onde é processado e analisado. Os resultados são devidos a Unidade de Saúde que se encarrega de repassar aos pacientes os devidos cuidados a serem adotados.

Situação de risco
Em relatório divulgado pelo Ministério da Saúde no começo do mês, Rio Branco já despontava entre as cidades brasileiras em situação de risco, com índice de infestação de 6,5% contra 3,9% do ano passado.

De acordo com o balanço, até 3 de julho 482.284 casos de dengue foram confirmados e 306.771 ainda estão em investigação. Este número é 159% maior se comparado ao mesmo período de 2009. O Acre é um dos seis estados que apresentam as mais altas incidências em relação ao total da população. Os outros cinco são: Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima e Mato Grosso.

Para o Ministério da Saúde, o aumento de casos pode estar relacionado ao retorno do sorotipo viral DEN-1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e voltou a predominar em alguns estados no final de 2009. Este ano, o DEN-1 já foi identificado em 22 estados.

Existem ainda fatores secundários, relacionados às questões climáticas e de saneamento, como o aumento da temperatura, intensificação das chuvas, acúmulo de lixo e irregularidade na distribuição de água, dentre outras. Na capital acreana, as autoridades sanitárias reforçaram as ações de combate à doença, sobretudo no tocante a prevenção.

 

 

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